PHNOM PENH, Camboja — As equipes de resgate ainda lutavam neste sábado contra a lama e as inundações em uma extensa área do sul do Laos em busca de sobreviventes após o rompimento de uma represa na segunda-feira, enquanto uma autoridade local sugeriu que ainda poderia haver 1.126 desaparecidos.
O número preciso de mortos e desaparecidos é desconhecido devido à complexidade da operação de resgate em uma área de difícil acesso e à falta de transparência do partido comunista, diante de uma crise sem precedentes.
- As tarefas de busca são muito complicadas, muitas áreas não são acessíveis de carro ou de barco. Nossas equipes estão diante de muitas limitações no terreno - declarou na sexta-feira a subsecretária do comitê da província de Attapeu, Meenaporn Chaichompoo.
- Ainda estamos procurando por 1.126 pessoas - disse, acrescentando que 131 desaparecimentos foram confirmados por parentes.
Inicialmente, as autoridades forneceram um balanço de 27 mortes, mas a autoridade provincial reduziu para 6, sem dar qualquer explicação.
A ruptura da barragem de Xe-Namnoy, depois de fortes chuvas de monção, inundou uma área de dezenas de quilômetros de extensão.
A lenta diminuição das águas bloqueou o acesso a algumas cidades e recobriu a área com uma lama espessa.
- É um dos piores (desastres) que eu já vi, especialmente desde que o nosso país não está preparado para operações de resgate desta magnitude - declarou um voluntário que pediu anonimato.
Ontem, as imagens do choro de um bebê resgatado das águas torrenciais simbolizaram as vítimas da catástrofe.
O vídeo foi feito pelos socorristas tailandeses que resgataram a criança, que passou vários dias sem comer agarrado a sua mãe em cima de uma árvore cercada por água e barro.
A ruptura da represa hidroelétrica na segunda fez milhões de toneladas de água inundarem a região do sul do Laos, chegando até mesmo ao vizinho Camboja.
A catástrofe levantou dúvidas sobre a segurança de outras represas no país, um dos mais pobres do Sudeste Asiático.
- Nossa preocupação é que a maioria das barragens são construídas por empresas estrangeiras e as autoridades do Laos não têm a experiência e as ferramentas para detectar problemas ou falhas - indicou neste sábado um habitante da área, Si Wonghajak.
A Coreia do Sul, um dos países envolvidos na construção da barragem que rompeu, anunciou na sexta-feira uma ajuda emergencial de um milhão de dólares, metade em equipamentos e a outra metade em dinheiro.
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