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quinta-feira, 24 de maio de 2018

Caminhoneiros iniciam 4º dia de greve e começa a faltar combustíveis em Presidente Prudente

Em um dos estabelecimentos da cidade a população já não consegue abastecer com etanol e gasolina.


A concentração de caminhoneiros retomou no Oeste Paulista e a greve começa a refletir em algumas situações cotidianas da população. Na manhã desta quinta-feira (24), postos de combustíveis já sofrem com a falta de etanol e gasolina. Entretanto, esta não é a única consequência da paralisação.
Um dos locais está no Jardim Maracanã. O frentista Roger Zonta contou ao G1 que só tem diesel e suas variações. "É muito ruim, porque tem cliente que não aceita, mas a gente não tem culpa. O diesel tinha de ser o combustível mais barato, mas subiu R$ 0,30 em menos de duas semanas", comentou.
O profissional ainda falou que a expectativa é de que os valores caiam e, com isso, haja a liberação dos caminhões para o reabastecimento do posto. "A gente depende dos caminhoneiros também, mas eles estão certo sem paralisar. O Brasil tem que mudar, e por que não começar pelo valor do óleo diesel?", questinou.
O empresário Lourivalter Gonçalves disse que as companhias estão se restringindo as entregas e que se a greve persistir vai faltar produto em mais locais. "Aconselho que o povo se previna", declarou ao G1.
Segundo Gonçalves, as bases não estão recebendo produto, que vem via rodovia, e os estoques estão acabando.
Em alguns postos de combustíveis, conforme apurado pelo G1, há previsão de que os produtos se esgotem ainda nesta quinta-feira (24). Diante do receio da falta de, principalmente, etanol e gasolina, a população tem formado filas em estabelecimentos. A situação já foi vista em Presidente Prudente e em Dracena.
Paralisação já reflete em posto de combustíveis em Presidente Prudente (Foto: Gabriel Tibaldo/G1)Paralisação já reflete em posto de combustíveis em Presidente Prudente (Foto: Gabriel Tibaldo/G1)
Paralisação já reflete em posto de combustíveis em Presidente Prudente (Foto: Gabriel Tibaldo/G1)

Estradas

A Polícia Militar Rodoviária já foi acionada para acompanhar os protestos pelas estradas da região. Até a última atualização desta reportagem, estavam confirmados os seguintes pontos:
  • Km 570,700 da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Presidente Prudente, em ambos os sentidos e sem interdição de via. No local há, aproximadamente, 140 caminhões, que estão parados na Avenida Joaquim Constatino.
  • Km 620 da SP-270, em Presidente Venceslau, em ambos os sentidos e sem interdição de via. No local há, aproximadamente, 75 caminhões.
  • SPA 00/563, em Teodoro Sampaio, em ambos os sentidos e sem interdição de via. No local há, aproximadamente, 30 caminhões. Veículos leves, ônibus, produtos perecíveis e carga vivas são liberados para prosseguir.
  • Km 521,500 da Rodovia Homero Severo Lins (SP-284), em Rancharia. A paralisação ocorre em ambos os sentidos com, aproximadamente, 50 caminhões. Carga viva, ônibus e caminhões leves estão sendo liberados para prosseguirem viagem. Todos os caminhões que estão transportando carga, inclusive caminhões leves estão sendo abordados e convidados a pararem.
  • Km 574 da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), em Osvaldo Cruz. Movimento em ambos os sentidos. Há, aproximadamente, 42 caminhões. Carga viva, ônibus e caminhões leves estão sendo liberados para prosseguirem viagem, todos os caminhões que estão transportando carga, inclusive caminhões leves estão sendo abordados e convidados a pararem.
  • Km 658 da SP-294, em Tupi Paulista. Movimentação em ambos os sentidos, com aproximadamente cinco caminhões leves. Veículos leves, ônibus, produtos perecíveis e carga vivas são liberados para prosseguir.
  • Km 596,600 da SP-294, em Adamantina. Aproximadamente dez caminhões às margens da rodovia, em ambos os sentidos. Caminhões que estão transportando carga estão sendo abordados e convidados a pararem.
  • Km 646,3 da SP-294, em Dracena. Aproximadamente dez caminhões estão estacionados dentro de um posto de combustíveis às margens da rodovia.
Caminhoneiros realizam protestos em Presidente Prudente (Foto: Gabriel Tibaldo/G1)Caminhoneiros realizam protestos em Presidente Prudente (Foto: Gabriel Tibaldo/G1)
Caminhoneiros realizam protestos em Presidente Prudente (Foto: Gabriel Tibaldo/G1)

Carga parada

O motorista carreteiro Adolfo Schiller, de 56 anos, declarou ao G1 que a categoria vai ficar parada até que seja tomada uma decisão definitiva. "Não vamos aceitar enrolação e vamos ficar o tempo que for necessário, uma semana, dez dias... A gente conta com o apoio de toda a população e todas as pessoas que puderem nos ajudar nesse movimento", colocou.
Schiller está parado há dois dias em Presidente Prudente e declarou que não estava preparado, mas vai fazer o que for preciso.
"Fui pego de surpresa, de passagem, estou carregado com uma carga dos Correios, com destino a Cuiabá [MT], mas vou ficar parado e, infelizmente, quem está esperando esta mercadoria vai sofrer as consequências. É quando peço que eles nos ajudem a cobrar dos governantes uma solução imediata para o caso", declarou.

Supermercados

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) informou que as paralisações dos caminhoneiros autônomos já causam desabastecimento nos supermercados, em especial, de itens de frutas, legumes e verduras, que são perecíveis e de abastecimento diário.
Segundo a entidade, carnes e produtos industrializados que levam proteínas no processo de fabricação já estão com as entregas comprometidas pelos atrasos no reabastecimento.
A Apas salientou que espera “resoluções imediatas para que a população não sofra com a falta de produtos de necessidade básica”.
Em nota ao G1, a entidade também avaliou o impacto dos preços do diesel, que motivam a greve.
“Os combustíveis afetam a logística de distribuição em geral, pois o Brasil é um país dependente de rodovias”, ressaltou a Apas ao G1.

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