Segundo a polícia, George Alves estuprou, agrediu e queimou vivas as crianças. Crime aconteceu no dia 21 de abril, em Linhares.
A advogada Taycê Aksacki, que atuou na defesa do pastor George Alves, de 36 anos, disse que deixou o caso nesta quinta-feira (24). George foi apontado pela polícia como o responsável pela morte do filho, Joaquim Alves, de 3 anos, e do enteado, Kauã Salles, de 6. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (24), a polícia disse que ele estuprou, agrediu e queimou vivas as crianças.
O crime aconteceu em Linhares, na região Norte do Espírito Santo, no dia 21 de abril. De acordo com o inquérito policial, George estuprou, matou e queimou ainda vivas as duas crianças.
O acusado está preso temporariamente desde o dia 28 de abril porque mudou o local do crime e fez contato com testemunhas, segundo a polícia. A Justiça decidiu, na noite da terça-feira (23), prorrogar a detenção por mais 30 dias.
Questionada sobre o motivo de ter saído da caso, a advogada disse que preferia não comentar. A advogada Milena Freire, que pertence à junta de voluntários que fazem a defesa do pastor, foi procurada pelo G1, mas não atendeu as ligações.
O advogado Rodrigo Duarte, que também pertence à junta, disse que não iria comentar o caso porque, segundo ele, tudo que a defesa sabe foi informado através da imprensa, já que eles ainda não tiveram acesso ao inquérito policial.
Inquérito policial
Para concluir o inquérito, a polícia analisou os resultados de perícias feitas na casa, os depoimentos do pastor e de testemunhas, exames realizados nos corpos dos meninos e imagens gravadas após a morte das crianças.
O G1 listou os pontos mais importantes narrados durante a coletiva da polícia concedida nesta quarta-feira:
- A polícia encontrou sangue na casa onde aconteceu incêndio, próximo a uma escrivaninha e ao box do banheiro;
- Naquela madrugada do dia 21 de abril, o pastor, inicialmente, molestou as duas crianças, tanto o filho quanto enteado, mantendo ato libidinoso;
- Com as duas vítimas ainda vivas, porém desacordadas, o investigado as levou até o quarto, as colocou na cama e ateou fogo nas crianças;
- O perito disse que a fumaça não foi responsável pelas mortes e as crianças não reagiram ao incêndio, porque já estavam desacordadas;
- Não foram encontrados vestígios de curto-circuito nem nos equipamentos (ar condicionado, reator, babá eletrônica e esterelizador), nem nas fiações
- Os componentes da babá eletrônica ficaram bem preservados, incompatível para ser o foco inicial
- Depois do crime, o investigado saiu de casa e ficou andando de um lado para o outro, sem pedir socorro;
- Testemunhas ouviram o choro e manifestações de socorro quando as crianças estavam sendo agredidas, minutos antes do incêndio;
- As testemunhas que chegaram primeiro ao local contaram à polícia que arrombaram o portão com as próprias mãos;
- As vítimas foram encontradas no foco inicial do incêndio, quando, normalmente, a vítima morre tentando fugir do foco das chamas;
- Não há indícios da participação ou conivência da pastora, mãe das crianças, no crime;
- O pastor estava sozinho na casa com as vítimas e não há previsão de que outras pessoas sejam presas;
- O inquérito deve ser encaminhado à Justiça na próxima semana;
- O pastor vai responder por duplo homicídio triplamente qualificado e duplo estupro de vulnerável. A soma máxima das penas é de 126 anos.
- Não há registro de outros casos de pedofilia envolvendo o pastor.
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