Após desfecho de seu personagem em 'O Outro Lado do Paraíso', ator diz que objetivo era interpretar um psicopata que causasse repulsa
Dever cumprido! Foi com esta sensação que Flavio Tolezani encerrou sua passagem em O Outro Lado do Paraíso. Não foi fácil dar vida ao desprezível delegado Vinícius, que abusava da enteada Laura(Bella Piero). O ator fez um intenso mergulho no universo dos psicopatas e teve que trazer para a ficção impressões realistas deste tipo de criminoso:
“A experiência foi árdua, mas gratificante. Eu nunca tinha feito algo próximo disso. Esse foi o maior ‘buraco’ em que já me meti”, conta ele em um papo exclusivo com o Gshow.
Foram meses de muita dedicação e sofrimento. Nesta semana, a trajetória do seu núcleo na trama chegou ao ápice, com o julgamento do delegado e, posteriomente, a sua morte na prisão. Flávio não pensa duas vezes na hora de eleger as sequências no tribunal como as mais marcantes: “Foi o momento em que o Vinícius tirou a máscara e jogou tudo na mesa”. A emoção durante estas gravações foi muito intensa e atingiu elenco e toda a equipe que estava em estúdio:
“Eu lembro de ver, já nos ensaios destas cenas, colegas do elenco e da equipe chorando. Isso rolou também na gravação, mas os ensaios muitas vezes são mais frios, muito mais de marcação, mas isso já era de uma dureza que pegava todo mundo.”
Com Vinícius desmascarado, condenado e morto, Flávio encerrou um ciclo muito doloroso, mas também recompensador. O ator saiu de O Outro Lado Paraíso com uma atuação muito elogiada e um grande personagem em seu currículo.
Como você avalia a sua passagem por O Outro Lado do Paraíso?
"Eu estou muito realizado. Feliz por contar a história desse núcleo. Feliz por fazer parte desse elenco e dessa equipe, que faz tudo com muita dedicação e o resultado é uma novela de altíssima qualidade. Saio com a sensação de que realizamos o que estava proposto. Tocar nesse assunto é muito delicado e acho que Walcyr Carrasco (autor) e a direção fizeram isso da melhor forma possível, eles foram brilhantes!"
Como foi a sua preparação para viver o Vinícius?
"A pesquisa em cima do personagem começou quando me chamaram para fazer a novela. Conversamos muito sobre ele. O foco principal era mostrar ele como um psicopata, o Maurinho (diretor artístico da trama, Mauro Mendonça Filho) deixou isso bem claro.
E o psicopata que a gente queria tratar era um cara “absolutamente normal”, que ninguém percebe o que é de verdade. Os psicopatas são pessoas que tramam coisas, que planejam, que armam e no dia a dia parecem pessoas completamente normais.
Entender o comportamento deles era fundamental para mim, independente dos crimes. A pesquisa inicial foi toda em cima disso. Fui atrás de personagens reais, conhecidos pelos seus crimes, vi muitos filmes sobre o tema e li muitas biografias. Depois tivemos a preparação com o elenco e específica do personagem. "
Vinícius foi um personagem muito pesado, que causou muito ódio no público. Como foi a experiência? Já tinha feito um personagem assim tão perverso, uma unanimidade de vilão?
"Fiquei muito apreensivo pelo que isso poderia causar.
Mas a proposta era revelar o que um psicopata poderia fazer com outra pessoa, e a reação do público teria que ser a repulsa.
Se isso fosse alcançado estaríamos no caminho certo. Acho que nessa hora o ator tem que deixar de lado o ego, a vontade de ser aceito pela audiência e cavar os objetivos mais obscuros do personagem. A experiência foi árdua, mas gratificante. Eu nunca tinha feito algo próximo disso. Esse é o maior ‘buraco’ em que já me meti. "
Qual foi a parte mais difícil deste trabalho?
"A parte mais difícil foi construir um personagem tão diferente de mim, com comportamentos tão execráveis. Era preciso um trabalho constante de distanciamento para não julgar no momento da execução da cena.
Se eu fizesse isso, o que ficaria em primeiro plano seria a minha crítica aos seus atos, ou seja, o ator criticando. Por outro lado, essa dificuldade se torna também o maior prazer e a maior recompensa."
Qual cena você considera marcante?
"Sem dúvida, as do tribunal. É o momento em que o Vinícius tira a máscara e joga tudo na mesa."
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