R$ 17 mil que teriam sido obtidos com negociação não foram encontrados na conta da vítima. Comerciante confessou crime e disse que casal havia discutido por causa de vídeo pornô.
A família da servidora pública Giselle Evangelista, que foi encontrada morta no apartamento do namorado, em Goiânia, na última sexta-feira (16), suspeita que o crime possa estar relacionado ao dinheiro da venda de um carro dela. O comerciante José Carlos de Oliveira Júnior foi preso no domingo (18) e confessou o assassinato. O homem afirmou que o casal brigou por causa de um vídeo pornográfico que ele recebeu pelo celular.
Porta-voz da família, o advogado Silvio Hideki Nishi disse que o valor da venda do carro não está na conta da vítima e a suspeita da família é que o dinheiro esteja com o suspeito. A negociação aconteceu no ano passado, mas a data não foi informada. O G1 tenta localizar a defesa do comerciante.
"Viemos trazer a documentação desse veículo para a Polícia Civil. Ele foi vendido por R$ 17 mil e não há sinal desse dinheiro. Então, a suspeita é que o namorado dela esteja com esse valor e isso motivou a briga entre eles, não essa história de ciúmes e vídeo pornográfico", disse.
Nishi informou que, por desejo da família, já pediu ao Ministério Público para atuar como assistente de acusação durante o processo. Além disso, ele disse que vai apresentar ao delegado indícios de que o comerciante tinha histórico de violência contra mulheres.
"Queremos garantir que o processo tenha elementos suficientes para uma condenação alta", afirmou o porta-voz.
O crime
O corpo de Giselle foi localizado na tarde de sexta, no apartamento do comerciante, na Vila Alpes, por familiares. Eles contaram que não conseguiram contato com a servidora nem com o namorado. Então, foram até o prédio dele, em busca de informações e se depararam com a mulher já sem vida.
Horas antes da vítima ser encontrada, câmeras de segurança do condomínio flagraram o casal passando pelo saguão. Depois, José Carlos foi visto saindo sozinho.
Autuado por feminicídio, ele pode pegar uma pena que varia entre 12 e 30 anos de prisão.
Confissão
Júnior fugiu após o crime e foi localizado na noite de sábado em uma mata de Pirenópolis. Ele disse que matou a namorada durante uma briga por ciúmes. Ele afirmou que recebeu um vídeo pornográfico em um grupo de mensagens em celular, o que teria incomodado Giselle.
"Tudo gerava briga, ciúmes. Eu não perdi a cabeça naquele dia, já tinha perdido há muito tempo", declarou durante entrevista à imprensa na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios.
Horas depois da declaração, o comerciante participou de uma audiência de custódia. Na ocasião, o juiz da 7ª Vara Criminal de Goiânia, Oscar de Oliveira Sá Neto, determinou que o comerciante continuasse preso.
Advogado de Júnior, Wesley Pereira das Dores afirmou que já prepara o recurso para recorrer da decisão. Ele alega que o cliente não tem capacidade para responder pelo crime.
"Vamos providenciar os laudos psicológicos dele e comprovar sua incapacidade mental, e, em momento posterior, nós vamos providenciar as medidas cabíveis. A informações passadas pelos familiares é que ele tem problema mental", afirmou.
Família abalada
Quando o preso saiu da sala da audiência de custódia, familiares e pessoas que aguardavam o resultado no corredor do Fórum se revoltaram. Imagens mostram quando as pessoas saem correndo atrás do preso, que estava escoltado por policiais militares. As pessoas o chamavam de "assassino" enquanto ele era levado para fora do prédio.
Algumas pessoas precisaram ser contidas para não se aproximar. Filho da vítima, o estudante Hian Evangelista Gonçalves Ferreira, de 19 anos, passou mal ao ver o suspeito do crime e foi amparado pelos parentes.
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