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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Após saída das Forças Armadas, Rocinha registra tiroteios


Os dias seguintes à saída das Forças Armadas da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, tiroteios marcam a favela. Na manhã desta segunda-feira, moradores voltaram a relatar barulhos de disparos na comunidade. Ainda não há informações sobre as circunstâncias em que ocorreu o tiroteio. De acordo com a Polícia Militar, os disparos foram na parte alta da favela.
Após os tiros, policiais do batalhão de choque e de outras unidades entraram em alerta. Um caminhão blindado da Polícia Militar se deslocou para a religião e está posicionado em frente a um dos acessos.
Cerca de 500 PMs estão na comunidade com o objetivo de prender bandidos envolvidos numa disputa pelo controle do tráfico na região. Há também uma ação no Morro do Vidigal, comunidade vizinha.
Moradores reclamam da rotina de violência que a Rocinha tem vivido desde meados do mês pasado.
— Desde ontem só tiros, mas não sei o que está acontecendo. Tive que pedir desculpas no trabalho porque vou chegar atrasado — disse um morador, que mora na parte baixa da comunidade, mas ainda não conseguiu sair para trabalhar nesta manhã.
O clima entre quem vive na comunidade é de medo. Uma senhora que circulava pela passarela da Rocinha, que cruza a Autoestrada Lagoa-Barra, chegou a perguntar para repórteres:
— Será que dá para subir? Ouvi tiros.
Um outro morador que passava em frente à 11ª DP (Rocinha) comentou que está com muito medo porque o clima dentro da comunidade é de insegurança e cheio de boatos sobre novas ordens impostas pelo tráfico.
— Estão dizendo que querem que moradores ajudem a fazer alguma coisa, mas estou indo para o trabalho agora e não sei quando eu vou voltar — disse o senhor, apressado.
Apesar da situação tensa na manhã desta segunda, todas as unidades de saúde e de educação localizadas na Rocinha estão funcionando. A informação é das assessorias de imprensa das secretarias municipais de Saúde e de Educação.

Outros três confrontos

A PM confirma outros três confrontos envolvendo agentes, ocorridos neste domingo. Não há informações de feridos. Por volta das 8h20 e do meio-dia foram registrados dois dos confrontos, entre traficantes e policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq). O primeiro foi na Rua 1 e o segundo, no local conhecido como Vila Verde.
À noite, equipes do Batalhão de Ações com Cães (BAC) faziam um patrulhamento na localidade conhecida como 199 quando se depararam com criminosos armados. Houve tiroteio. Após o confronto, os PMs fizeram buscas e apreenderam uma pistola. A ocorrência seguiu para registro na 11ª DP.
A PM vem atuando na Rocinha desde 18 de setembro — um dia após a favela ser palco de uma guerra do tráfico, quando cerca de 60 bandidos ligados a Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, invadiram a comunidade para expulsar Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, seu antigo aliado.
As Forças Armadas foram acionadas para a comunidade no dia 22 de setembro e ficaram por lá até o dia 29. Desde então, a PM vem reforçando a atuação na Rocinha. Nesta fase, de acordo com a corporação, a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Rocinha e o 23ºBPM (Leblon) continuam realizando o cerco à região. Os agentes contam com o apoio de policiais de outras UPPs.
Ainda de acordo com a PM, os "mais de 500 policiais por dia" realizam 15 pontos de cerco e 14 pontos de contenção na comunidade, "além do patrulhamento de toda área por policiais das tropas especiais — Bope (Batalhão de Operações Especiais), BPChq, BAC e GAM (Grupamento Aero-Marítimo)".

Prisões e apreensões

Desde o dia 18 até as 19h deste domingo, a PM prendeu 18 suspeitos e apreendeu quatro menores. Sete acusados de tráfico morreram. Houve apreensão de 13 fuzis, 15 pistolas, seis armas falsas — três fuzis e três pistolas —, 27 granadas e artefatos explosivos e mais de duas toneladas de drogas.

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