João Victor Silveira Melo, de Tupi Paulista, tem cinco anos e descobriu a doença quando fazia tratamento contra a leishmaniose.
O toque de um sino que representa a esperança para o início de uma nova etapa na vida. Com esse ato aparentemente simples, o pequeno João Victor Silveira Melo, de cinco anos, encerrou na manhã desta sexta-feira (25) seu tratamento de radioterapia no Hospital Regional do Câncer, em Presidente Prudente. O menino foi o primeiro paciente infantil da unidade de saúde a concluir o tratamento no setor. O encerramento desse ciclo, feito com uma verdadeira festa, envolveu familiares, profissionais de saúde do hospital e pacientes, e foi marcado com muita alegria e emoção.
Ao final de cada tratamento no setor de radioterapia, os pacientes se dirigem até o chamado "Sino da Esperança" e tocam o objeto como forma de marcar o fim do atendimento no hospital e o início para uma nova vida.
O garoto, morador em Tupi Paulista, realizou dez sessões de radioterapia na unidade de saúde, segundo sua mãe, Elisângela Gomes Silveira. “Hoje é um dia de muita alegria para todos nós. O João concluiu essa etapa e está bem. Basta acreditar e confiar em Deus que tudo dá certo”, afirmou Elisângela.
A descoberta da doença
De acordo com a mãe, o câncer de João Pedro foi descoberto quando ele realizava um tratamento de suspeita de leishmaniose. “Houve a suspeita da doença [leishmaniose] e, inicialmente, como moramos em Tupi Paulista, ele foi atendido na Santa Casa de Dracena, e depois foi transferido para o Hospital Regional. Lá no HR, ao fazer vários exames para tratar a leishmaniose, descobriram que ele tinha um tumor grande no rim esquerdo”, explicou Elisângela.
A partir dessa notícia, o menino deu início ao tratamento do câncer.
“Quando fiquei sabendo, perdi o chão. Não sabia o que pensar. A única coisa que vem na cabeça ao descobrir essa doença é que a pessoa vai morrer. Mas, no decorrer do tratamento, podemos ver que é diferente. Existe uma esperança”, explicou a mãe de João Pedro.
Elisângela informou que o tumor estava grande e, por isso, o menino precisou passar por algumas sessões de quimioterapia antes de realizar uma cirurgia. Após os procedimentos, João passou pelo ato cirúrgico para a retirada do rim e, a partir daí, iniciou a radioterapia e seguiu com a quimioterapia.
A mãe ainda contou que o garoto chegou a ficar dois meses internado, mas depois se deslocava ao Hospital do Câncer apenas para as sessões de tratamento da doença.
“É um milagre. Ver meu filho bem, brincando e correndo é uma vitória. Sou grata a Deus, à minha família, aos médicos e a todas as pessoas que estiveram envolvidas nesse período do tratamento do João. Não tenho palavras para expressar minha gratidão. Confiando em Deus, tudo dá certo”, afirmou Elisângela emocionada.
Além da mãe, também acompanharam João Pedro no último dia de tratamento no setor sua irmã, Larissa Silveira Santos, e a avó materna Maria de Fátima Gomes Silveira. O menino ainda prosseguirá com as sessões de quimioterapia para finalizar todo o tratamento, conforme a mãe.
Questionado sobre o que fará após o fim do tratamento de radioterapia, o pequeno guerreiro é firme em dizer que só quer se divertir. "Quero brincar com meus novos presentes", disse João Victor.
Centro de Radioterapia do HC
De acordo com a gerente hospitalar Marli Martiv Moriya, atualmente, o Centro de Radioterapia do Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente atende 50 pessoas por dia. Desde o início dos trabalhos no setor, em outubro de 2015, 333 pacientes foram atendidos gratuitamente.
Moriya ainda informou que o hospital possui uma ala pediátrica no setor de quimioterapia e também de radioterapia. Segundo ela, 48 crianças estão em tratamento em 2017 na unidade de saúde.
“Antes do hospital aqui em Presidente Prudente, os pacientes tinham de se deslocar até Barretos [SP] ou São Paulo [SP] para fazer o tratamento. Quando se tratava de crianças então, além da distância, as dificuldades eram maiores, pois as famílias muitas vezes precisavam mudar para essas cidades durante o tratamento. Esse espaço é uma conquista para a nossa região”, explicou a gerente.
Ainda segundo Marli, ver os pacientes tocarem o "Sino da Esperança" gera uma emoção a todos os integrantes do hospital. “Nós nos emocionamos muito a cada badalar. Quando ele [sino] toca, nasce uma esperança na vida das pessoas. Não tem preço que pague acompanhar essas histórias, como a do João”, finalizou a gerente hospitalar.
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