Gláucia Machado chegou a ser socorrida a uma unidade de saúde de Angatuba (SP), mas não resistiu aos ferimentos. Marcelo Oliveira se entregou à polícia logo após o crime.
Uma mulher de 32 anos foi morta estrangulada pelo namorado na madrugada deste domingo (27) no Jardim do Paço, em Angatuba (SP), após sair da festa de noivado da irmã. Segundo a Polícia Civil, Gláucia Mercedes de Machado Camargo chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
Gláucia estava no último ano da faculdade de psicologia e era conhecida na cidade por ter sido rainha de bateria da escola de samba Liberdade. Em 2014, ela saiu a frente dos músicos pela 15ª vez e falou sobre a alegria de ocupar a posição.
(Correção: A Polícia Civil esclareceu que Gláucia está no último ano de psicologia e ainda não era psicóloga como havia informado anteriormente. A reportagem foi atualizada às 15h30.)
O companheiro dela, Marcelo Oliveira, de 36 anos, se entregou à polícia e disse que eles brigaram após a festa de noivado da irmã da vítima. Ainda segundo a corporação, o namorado disse que eles moravam juntos e discutiram por ciúmes.
Preso em flagrante, Marcelo foi levado para a cadeia pública de Piraju (SP) e permanece à disposição da Justiça.
Feminicídio
O boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado como violência doméstica e homicídio qualificado. Conforme o delegado responsável pelo caso, o crime também pode ser entendido com o agravante de feminicídio.
De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, só no estado existem atualmente 974 investigações sobre feminicídio abertas. No 1º semestre deste ano, 93 mulheres foram mortas pelos companheiros no estado.
Nos últimos dias, quatro mulheres foram assassinadas por seus maridos na capital paulista. O feminicídio considera o assassinato a etapa final de uma série de abusos, sendo o assassinato de uma mulher pelo fato de ela ser mulher.
No geral, 83,7% das vítimas de homicídios no estado são homens, 14,1% mulheres e 2,2% não identificados, mas nos casos de homicídios entre casais, 70,1% das vítimas são mulheres, contra 29,9% que são homens.
A Lei brasileira incorporou esse tipo de crime em 2015. Muitos casos ainda são registrados apenas como homicídios, mas especialistas dizem que apesar de o boletim de ocorrência registrar como homicídio, podem ser considerados feminicídios.
*Com informações de Jussara Bette e Beatriz Buosi/TV TEM
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