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segunda-feira, 3 de julho de 2017

Polícia indicia por homicídio doloso médica que negou socorro a bebê no Rio

A médica Haydee Marques da Silva, de 66 anos, que negou atendimento ao menino Breno Rodrigues Duarte da Silva, de 1 ano e 6 meses, no último dia 7 de junho, foi indiciada por homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar. A criança, que tinha problemas neurológicos, morreu uma hora e meia depois esperando novo socorro.
De acordo com a delagada Isabelle Conti, da 16ª DP (Barra da Tijuca), responsável pelo caso, porém, não há pedido de prisão preventiva. Assim, Haydee vai responder ao processo em liberdade, mas se for condenada, a médica poderá pegar de 6 a 20 anos de cadeia.
Documento conclui que demora no atendimento foi determinante para o óbito de Breno
Documento conclui que demora no atendimento foi determinante para o óbito de Breno Foto: Reprodução
No último sábado, o EXTRA publicou detalhes do laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre o bebê. O documento constatou que a médica poderia ter evitado a morte de Breno e que a demora no atendimento, seja qual for, foi determinante para o óbito da criança. Haydee se negou a fazer o atendimento alegando que não é pediatra.
O documento conclui ainda que, devido ao quadro de saúde do pequeno (infeccioso - gastroenterite - e taquicardia), a profissional de saúde tinha que ter feito o atendimento em, no máximo, 10 minutos. Breno morreu uma hora e meia depois esperando outro socorro.
O laudo do instituto afirma que o caso era considerado atendimento de urgência e que a médica poderia ter realizado, além de cateter nasal e ventilação com "ambu", outros procedimentos para salvar a vida do pequeno. Essas técnicas usualmente estão disponíveis em hospitais e ambulâncias que prestam socorro e transporte de pacientes.
À polícia, a médica Haydee Marques da Silva admitiu que não prestou socorro a Breno porque não atende crianças. A profissional era funcionária da Cuidar Emergências Médicas, que prestava serviços para a Unimed-Rio, e foi demitida um dia depois do ocorrido.

O caso do menino Breno

Breno tinha um ano e seis meses e sofria de epilepsia
Breno tinha um ano e seis meses e sofria de epilepsia Foto: Arquivo pessoal
Breno sofria de uma doença neurológica chamada síndrome de ohtahara, que provoca convulsões severas. Na manhã do dia 7 de junho, ele apresentou um quadro infeccioso, e a família chamou uma ambulância da Cuidar, por meio do plano de saúde Unimed-Rio. O veículo chegou com Haydee por volta de 9h no condomínio da criança, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. Mas, conforme mostrou o EXTRA, a profissional foi embora sem subir ao apartamento de Breno, que morreu 1h30 depois.
- Infelizmente a unidade saiu do local porque a médica alegou que não atenderia uma criança, já que ela é clínica geral e anestesista, e não pediatra - explicou a diretora da Cuidar.
Um vídeo gravado por uma câmera interna mostra a médica, dentro da ambulância, rasgando um documento, antes de o veículo ir embora do prédio, às 9h13.
O corpo do pequeno foi enterrado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na Zona Norte do Rio.

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