Polícia descobriu o envolvimento de 18 pessoas no crime; 12 estão presas.
Cinco cativeiros diferentes monitorados 24 horas, um "julgamento" de criminosos e uma fria execução divulgada nas redes sociais. Esta foi a sequência do homicídio de um homem de 31 anos, desaparecido desde o dia 29 de maio, em Campo Grande.
Ao todo, 18 pessoas teriam participado da execução, sendo quatro delas adolescentes. Parte dos suspeitos foi apresentada na manhã desta segunda-feira (31), durante coletiva na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios (DEH).
Segundo o delegado Márcio Obara, responsável pelas investigações, com o registro da ocorrência, a polícia tomou conhecimento das imagens divulgadas na internet. "Nós já sabíamos que a vítima tinha envolvimento com uma facção criminosa e indícios da sua participação em crimes na cidade, incluindo dois homicídios. No entanto, algumas pessoas estavam temerosas de falar a respeito", explicou o delegado.
As buscas ocorreram por três semanas e, neste período, 12 pessoas tiveram a prisão preventiva decretada pela 2ª Vara do Tribunal do Júri. Todos, com idades entre 19 a 39 anos, foram indiciados por homicídio qualificado, associação criminosa, sequestro e cárcere privado e corrupção de menores.
"Entre as motivações, foi descoberto que a vítima estava repassando informações de uma facção criminosa à outra. E os interrogatórios nos revelaram que os suspeitos transferiram a vítima, durante seis dias, para cinco cativeiros diferentes. Ele ficou monitorado por três homens armados e, em meio aos interrogatórios, descobriu-se que um dos autores escondia 68 kg de maconha, sendo mais quatro pessoas indiciadas pelo crime de tráfico de drogas", explicou Obara.
O corpo foi localizado no dia 20 de julho, em uma área de vegetação próxima à estrada que dá acesso ao Balneário Atlântico. "A vítima foi morta e abandonada no local. A arma do crime foi encontrada junto com um dos autores, quando ele praticava outro delito. O suspeito confessou a morte do homem de 31 anos", ressaltou o delegado.
As buscas agora continuam pelos adolescentes e também dois foragidos. Os outros 12 permanecem presos. "A vítima foi atraída por um adolescente, em um primeiro momento, sob uma argumentação amigável. Ele então foi morto com a desculpa de que traiu a facção rival e as imagens foram divulgadas por pessoas que queriam demonstrar força", finalizou.
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