Moradora de Goiânia, a professora Karise Oliveira descobriu o câncer após os exames da primeira consulta do pré-natal. Com um tipo agressivo da doença, ela enfrenta uma 'corrida contra o tempo'.
Logo após descobrir que estava grávida, a professora Karise Gonçalves Oliveira, 34 anos, recebeu o diagnóstico de leucemia aguda, um tipo muito agressivo do câncer. Em uma “corrida contra o tempo”, ela iniciou uma campanha em busca de um doador de medula óssea compatível.
“Tenho fé em Deus que vou conseguir me recuperar, mas tenho que ter o doador. Também não é só pra mim, tem gente demais que está esperando por um transplante e não tem doador compatível”, disse Karise ao G1.
Casada e mãe do João Gabriel, de 1 ano e 8 meses, Karise está no terceiro mês de gestação. Ela conta que descobriu a gravidez e, por consequência o câncer, porque se sentiu mal.
“Estava sentindo fraqueza, falta de ar, fiz o teste de farmácia e vi que estava grávida, mas estava achando estranho porque na primeira gestação trabalhei até o dia em que ganhei neném. Na primeira consulta do pré-natal o médico olhou os exames e já viu que tinha alguma coisa errada”, relatou a professora.
Choque na rotina
Karise recebeu a confirmação da leucemia em 22 de junho e, desde então, mudou completamente sua rotina. Doutora em matemática, ela parou de lecionar no Instituto Federal de Goiás e interrompeu o curso de direito na Universidade Federal de Goiás.
“Se a gente não acreditar em algo maior, morre na hora que recebe o diagnóstico. No dia que fui diagnosticada, eu estava tão ruim que não conseguia levantar da cama. Interrompi tudo. Estou isolada em casa, só saio para ir ao médico porque não posso pegar outra doença”, contou.
Por causa da gestação, Karise inicialmente faz uso de uma medicação não tão agressiva. Ela teve de esperar chegar na 12º semana de gravidez para iniciar a quimioterapia.
“O médico disse que é uma vitoria a cada dia. Tenho fé em Deus que está dando certo, queremos adiantar o parto o mais rápido que a gente conseguir para o neném ficar bem e eu poder recuperar”, relatou.
Leucemia em grávidas
O hematologista Renato Tavares explica que, durante o tratamento, pacientes grávidas precisam de uma medicação que não afete o bebê. “Você tenta preservar os dois. Tem que tomar cuidado com a outra pessoa que não está doente, que está dentro da barriga. É uma situação bem delicada”, afirma o médico.
De acordo com Tavares, o transplante de medula óssea só pode ser feito após o nascimento da criança. “Durante a gravidez o transplante não é realizado. O procedimento só deve ser feito depois do parto”, concluiu.
Cadastro de doador
Para que a professora encontre um doador até o parto, a campanha “Todos pela Karise” segue firme e já sensibilizou centenas de goianos. Só no IFG, onde ela trabalha, 429 funcionários se tornaram doadores de medula. Eles fizeram o cadastro no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).
Para doar, o primeiro passo é fazer o cadastro. Para isso, é preciso ter entre 18 e 54 anos e preencher um formulário com os dados pessoais no hemocentro de cada município.
Após responder ao formulário, será coletada uma pequena amostra de sangue, entre 5 ml e 10 ml para fazer o teste de compatibilidade. Todo o processo dura cerca de 20 minutos. A partir desse momento, o candidato fará parte do Redome e pode ajudar pacientes que precisam do transplante em todo o país.
Em caso de compatibilidade, serão feitos exames complementares para realizar a doação. No procedimento, a medula óssea é retirada do interior do osso da bacia, por meio de punções e sob anestesia. O organismo do doador repõe a medula doada em poucos dias.
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