Bombeiros acreditam que manancial deve estabilizar nesta quarta (1).
Ao todo, 553 famílias foram retiradas de suas casas devido à cheia.
O Rio Juruá já registra a maior cheia dos últimos 22 anos com a marca de 14,20 metros na manhã desta quarta-feira (1). Ao todo, são 553 famílias retiradas de suas casas, sendo que 85 estão em três abrigos montados em Cruzeiro do Sul. A previsão do Corpo de Bombeiros da cidade é que o nível do rio se estabilize já nesta quarta.
"Na sala de situação foram demandadas algumas ações, mas de cunho ordinário, não pensando na possibilidade do rio subir mais, tendo em vista que já estamos há 72 horas sem o acumulado de precipitação em toda a região", explica o capitão do Corpo de Bombeiros Rômulo Bastos.
A última grande cheia registrada na segunda maior cidade do Acre foi em 1995, com a marca de 14,18 metros. A estabilidade do rio deve ocorrer ainda nesta quarta, segundo os Bombeiros.
"Sem as chuvas, dificilmente o rio tem força para continuar enchendo. Nosso trabalho está com o enfoque, principalmente em relação às ações preventivas, não só em Cruzeiro do Sul, onde está decretada a situação de emergência, mas também nos municípios do entorno", explica Bastos.
Interdições
Uma das ações do Corpo de Bombeiros é a interdição de ruas que acabam oferecendo perigo a quem passa no local. Com o transbordo do Rio Moa, a rodovia AC-405 foi invadida pela água e precisou de monitoramento.
"Também isolamos e fizemos um reparo na ponte sobre o Igarapé Branco, que fica próximo ao entroncamento de Rodrigues Alves e Mâncio Lima. Pedimos a um engenheiro especialista em ponte para avaliar e fizemos o reparo", destaca o capitão.
Números da cheia
Apesar de não ser monitorada, a cheia do Rio Moa, um dos afluentes do Rio Juruá tem afetado comunidades que ficam às margens do manancial. Uma das mais afetadas, segundo os Bombeiros, é a do Paraná dos Moura.
Cerca de 8 mil famílias estão sendo afetadas diretamente com a cheia dos rios Moa e Juruá. Três abrigos foram montados na região: um no ginásio poliesportivo Alaiton Negreiros, o segundo na Santa Casa da Misericórdia e outro em uma creche na zona rural da comunidade Nari do Moa.
Sendo assistidas pelo poder público são 553 famílias, totalizando 2.563 pessoas. Destas, 468 estão desalojadas amparadas pelo Aluguel Social ou em casas de parentes e 85 estão se dividindo nos abrigos públicos montados na cidade. Os Bombeiros dizem que a possibilidade de um novo abrigo está sendo estudada.
Situação de Emergência
O prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, assinou o decreto de emergência ainda no sábado (28), quando o Rio Juruá chegou a 13,62 centímetros. Na ocasião, foi feita uma reunião entre representantes da Defesa Civil e do município e a previsão já era que o rio atingisse a cota histórica. O decreto foi publicado no Diário Oficial da terça-feira (31).
Morte de pescador
A correnteza do rio também acabou vitimando o pescador Edimar Pereira da Costa, de 46 anos, que caiu no Rio Juruá ao tentar jogar uma tarrafa para pescar em Cruzeiro do Sul. O corpo também estava preso a um pedaço de tronco. Na manhã desta terça (31), a irmã falou com o G1 e contou que o pescador era experiente e que não sabia o que havia acontecido.
"O que a gente sabe é que ele tava em uma parte seca do rio, na margem. Ele jogou três lances e no último sentiu a tarrafa pesada. Parece que tinha alguma uma coisa puxando ele e a tarrafa estava amarrada no braço dele. Ele caiu no rio e só foi possível ver as chinelas e o chapéu boiando", disse.
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