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domingo, 29 de janeiro de 2017

Suspeita de ajudar mãe a matar o filho, menor é internada na Fundação Casa

Estudante foi elo entre mãe e jovens 'contratados' para agredir vítima, diz MP.
Corpo de Itaberli Lozano, de 17 anos, foi achado carbonizado em canavial.


A Justiça determinou a internação de uma adolescente de 15 anos na Fundação Casa por suspeita de participação no assassinato de Itaberli Lozano, de 17 anos, em Cravinhos (SP). Para a Polícia Civil, a menor intermediou o contato entre a mãe da vítima e os dois jovens supostamente contratados por ela para executar o crime.
Ainda segundo a polícia, Itaberli foi agredido por Miller Barissa, de 18 anos, e por Victor da Silva, de 19, dentro da casa onde morava. Em seguida, o adolescente foi esfaqueado e morto pela mãe, a gerente de supermercado Tatiana Lozano Pereira, de 32 anos. Ela e o marido, o tratorista Alex Pereira, de 30 anos, teriam queimado o corpo de Itaberli em um canavial.
Todos os suspeitos estão presos. O advogado Flávio Tiepolo, que defende Barissa e Silva, nega a participação deles no crime.
Já o advogado Hamilton Paulino Pereira Junior, que representa a mãe e o padrasto de Itaberli, justifica que a vítima era usuária de drogas e havia ameaçado a família de morte.
O Ministério Público considera que o crime foi motivado por homofobia. Para a Promotoria, a mãe não aceitava o fato de o filho ser homossexual. Já a Polícia Civil sustenta a tese de conflito familiar, alegando histórico de agressões entre ambos.
Menor detida
A adolescente apreendida na sexta-feira (27) é a quinta pessoa envolvida no assassinato. A promotora da Vara da Infância e Juventude Raquel Eli Stein Matheus diz ter convicção de que a menor participou diretamente na morte de Itaberli.
"Ela me descreveu a forma com que o Itaberli pediu para não morrer de uma forma muito fria. Acredito que ela participou agredindo a vítima também”, afirmou a promotora, que registrou o depoimento da adolescente por cerca de duas horas.
Raquel conta que a jovem tem histórico de comportamento agressivo e também é suspeita de agredir uma menina com quem estuda, em 2015. Um boletim de ocorrência chegou a ser registrado na ocasião.
“Ela foi internada em razão da gravidade do crime, do histórico de agressão, por não mostrar arrependimento, não mostrar senso de responsabilidade e achar que vai se eximir [de punição] por ser menor de idade”, disse.
De acordo com Raquel, caso seja comprovada a participação direta da adolescente na morte de Itaberli, a Justiça pode determinar a internação dela na Fundação Casa até completar 21 anos de idade.
Polícia encontrou pulseira de Itaberli ao lado de corpo carbonizado em Cravinhos (Foto: Reprodução / EPTV)Polícia encontrou pulseira de Itaberli ao lado de corpo carbonizado em Cravinhos (Foto: Reprodução / EPTV)
Depoimento
Em depoimento à polícia, a jovem contou que ela, o namorado, Victor da Silva, e um amigo do casal, Miller Barissa, foram procurados pela mãe de Itaberli na noite de 28 de dezembro, em Cravinhos.
Segundo a menor, Tatiana queria que os jovens matassem o filho e, para isso, armaria uma emboscada. Itaberli estava morando na casa da avó paterna, após uma desavença com a mãe. Ela então o chamaria de volta para casa, afirmando que queria fazer as pazes.
A adolescente confirmou à polícia que o namorado e o amigo agrediram Itaberli até deixá-lo desacordado dentro do quarto e que presenciou o momento em que a mãe do jovem o matou com uma facada no pescoço.
O tratorista Alex Pereira e a gerente de supermercado Tatiana Lozano Pereira são suspeitos do crime (Foto: Reprodução/Facebook)
O tratorista Alex Pereira e a gerente de supermercado Tatiana Lozano Pereira são suspeitos do crime
(Foto: Reprodução/Facebook)
O crime
O corpo de Itaberli Lozano, de 17 anos, foi encontrado carbonizado em um canavial em Cravinhos em 7 de janeiro. A família registrou um boletim de ocorrência relatando o desaparecimento do adolescente dois dias depois.
No dia 11 de janeiro, a mãe e o padrasto foram presos e confessaram o crime. Inicialmente, Tatiana disse que discutiu com o filho dentro de casa, o esfaqueou na madrugada de 29 de dezembro e, com a ajuda do marido, queimou o corpo no canavial.
Em um segundo depoimento, a mãe voltou atrás e contou que havia aliciado dois jovens para darem um “corretivo” no filho, mas sem a intenção de matá-lo. Tatiana disse que ligou para Itaberli, que estava na casa da avó paterna, alegando que queria se reconciliar.
Um dos rapazes confessou ter espancado Itaberli, enquanto o outro disse que apenas conversou com o jovem. Segundo a Polícia Civil, no entanto, ambos espancaram e enforcaram a vítima. Em seguida, a mãe esfaqueou o próprio filho.
A dupla foi presa no dia 13 e levada à cadeia de Santa Rosa de Viterbo (SP). No mesmo dia, Tatiana foi transferida da cadeia de Cajuru (SP) para a Penitenciária de Tremembé (SP). O padrasto da vítima continua preso na cadeia de Santa Rosa de Viterbo.

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