Homem morreu no ano passado de febre amarela em Bady Bassitt (SP).
Casos de macacos mortos com a doença foram registrados na região.
A morte de um morador de Bady Bassitt (SP) por causa da febre amarela em abril do ano passado ligou o sinal de alerta no noroeste paulista por causa da doença. Apesar de nenhum outro caso ter sido registrado em humanos de lá para cá, mortes confirmadas de macaco por causa da doença e a proximidade de cidades com a mata coloca as autoridades de saúde em alerta.
A vítima da doença na região era Luciano Gregório de Souza, que tinha 38 anos. O padrasto de Luciano, Valdir Alberto Santos, conta que ele adorava pescar e estar em contato com a natureza. “Era um rapaz no auge dos 38 anos, físico bom, praticava esporte. Nos momentos de folga ele gostava de ir pescar, acampar e sempre estava em contato com a natureza, adorava a natureza”, afirma o padrasto.
Luciano estava morando em Bady Bassitt onde trabalhava em uma obra como pintor. Valdir conta que antes de ficar doente, Luciano visitou a Mata dos Macacos, que fica na cidade. A área recebe muitos visitantes por causa dos animais que vivem ali. “Uma semana após o passeio ele sentiu que não estava bem e foi ao hospital, foi diagnosticado dengue e começou a receber o tratamento. Mas três dias depois o caso piorou e ele foi internado”, diz.
Somente 30 dias depois da morte veio a confirmação da febre amarela. Essa morte registrada em Bady Bassitt deixou as autoridades de saúde em alerta. Pouco tempo depois macacos começaram a ser encontrados mortos em outras cidades da região e muitas mortes por causa da doença. Isso confirma que o vírus que causa a febre amarela silvestre está circulando no noroeste paulista.
A médica da Vigilância Epidemiológica do Estado explica que na maioria dos casos a pessoa infectada apresenta sintomas leves, semelhantes ao de uma virose. “Em 90% dos casos, as pessoas infectadas terão sintomas de virose, febre, dor no corpo, dor de garganta”, afirma a médica da Vigilância Epidemiológica Estadual Eliana Sato.
Mas em 10% das pessoas infectadas a evolução da doença pode ser muita rápida e grave, metade dos pacientes acaba morrendo. “Esse vírus acomete o fígado, e com isso a pessoa tem uma hemorragia e pode ter um choque”, diz.
Um dos órgãos mais afetados é o fígado e o médico especialista do Hospital de Base Renato Silva explica como age o vírus. “O fígado é o motor do corpo humano, produz energia, responsável pela produção de proteínas, outra complicação grave é que o sistema de coagulação é afetado. Quando atinge o fígado a mortalidade pode chegar a 50%”, afirma.
A orientação dos dois especialistas é uma só: a vacinação contra a doença. Apesar de os casos de febre amarela ser em regiões silvestres, na cidade ele é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue, o vírus zika e a chicungunya. “Temos uma proteção de 90% a 95%, quem mora na região de risco ou vai viajar para a região de risco é importante estar vacinado”, diz Eliana.
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