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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Morte de mulher após suposto aborto clandestino é investigada no Rio

Tatiana Camilato teria dito a amiga que 'não tinha saída'. 
'Ela estava muito machucada, deve ter lutado', diz irmã da vítima.


A morte de Tatiana Camilato, de 31 anos, está sendo investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. De acordo com a família, ela teria saído de casa para fazer um aborto clandestino na quinta-feira (9). Levada para uma UPA no Engenho Novo por uma desconhecida, Tatiana não resistiu e morreu na sexta-feira (10). A mulher teria feito o procedimento em segredo.

"Ela contou apenas para uma amiga e para a minha filha de 15 anos. Essa amiga ainda tentou tirar essa ideia da cabeça dela, mas a Tatiana disse: 'Eu não tenho saída, preciso fazer isso, sou mãe solteira. Preciso tirar'", conta Daniele Camilato, de 35 anos, irmã de Tatiana, que deixa três filhos, de 9, 12 e 13 anos. A 25ª DP (Engenho Novo) investiga o caso.

De acordo com Daniele, Tatiana saiu de casa com R$ 650 e um absorvente anti-hemorrágico para fazer um aborto no Jacarezinho na última quinta-feira (9). A família acredita que, durante o aborto, ela teria entrado em luta corporal.

"No IML e depois, no enterro, a gente via que ela estava arranhada, com um corte na testa. A funerária colou a boca dela para não vermos que ela estava com os dentes muito quebrados, alguns faltando inclusive", relata Daniele, emocionada. A família agora espera os resultados do Instituto Médico Legal para ter mais detalhes sobre a morte de Tatiana.

Uma amiga ainda tentou tirar essa ideia da cabeça dela, mas a Tatiana disse: 'Eu não tenho saída, preciso fazer isso, sou mãe solteira'."
Daniele Camilato, irmã de Tatiana
Segundo a irmã, Tatiana estava com um novo trabalho em vista. "Ela estava para pegar um documento e virar segurança. Era o sonho dela", diz Daniele.

Nome falso na UPA
Daniele não se conforma com a pessoa que teria levado Tatiana para a UPA. Segundo a irmã da vítima, uma mulher deu entrada na unidade com nome e telefone falsos. "Ela teria dito que viu Tatiana passando ali na região. É mentira, porque não ela não costumava andar por ali. Disse que minha irmã estava passando mal, foi ao banheiro e teve seguidas evacuações, passou muito mal", conta Daniele.

Ao verificar a bolsa da irmã, que foi deixada na UPA por essa mulher, não viu a quantia destinada ao aborto e nem o celular de Tatiana. "Onde está essa mulher? Onde está o celular da minha irmã?", questiona ela.

Caso em Campo Grande 
No dia 26 de agosto, Jandira Magdalena dos Santos Cruz saiu de casa para fazer um aborto e não voltou mais. Maria Ângela Magdalena contou que a filha estava com cerca de 12 semanas de gestação e que teria decidido abortar por "desespero". Ela tinha 27 anos e estava grávida de quatro meses.

Jandira Magdalena dos Santos Cruz, 27 anos, entrou em um carro branco, no terminal rodoviário de Campo Grande, supostamente para ser levada a uma clínica para fazer aborto  (Foto: Divulgação)
Jandira foi morta durante aborto em Campo Grande
(Foto: Divulgação)
"A gente é muito unida. Eu sabia [que ela estava grávida] e queria muito. Doze ou treze semanas. Ela estava muito preocupada, no desespero mesmo. Tanto que ela confiou na primeira pessoa que apareceu", disse a mãe logo após a sumiço da jovem. Ainda segundo Ângela, Jandira pagou R$ 4,5 mil para interromper a gravidez.

Poucos dias depois, um corpo carbonizado foi achado em um carro em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. O exame de DNA realizado pela Divisão de Homicídios confirmou, em setembro, que o corpo era de Jandira.

A 35ª DP (Campo Grande) pediu em 2014 o indiciamento de 10 pessoas pelos crimes de aborto, fraude processual, formação de quadrilha e ocultação de cadáver. O Ministério Público acatou, denunciou e pediu a prisão preventiva. Oito delas continuam presas: Rosemere Aparecida, Vanusa Vais Baldacine, Marcelo Eduardo de Medeiros, Mônica Gomes Teixeira, Carlos Augusto Graça de Oliveira, Carlos Antônio de Oliveira Júnior e Luciano Luis Gouvêa Pacheco.


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