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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Dilma, Cunha e Renan falam sobre direitos do trabalhador no 1º de Maio

Dilma divulgou vídeos em rede social e defendeu limites à terceirização. 
Cunha defendeu projeto sobre FGTS e Renan criticou ajuste do governo.


Nas celebrações do Dia do Trabalho, a presidente Dilma Rousseff e os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fizeram pronunciamentos nesta sexta-feira (1º) sobre direitos dos trabalhadores. Dilma abriu mão de falar em cadeia nacional de rádio e TV, mas divulgou três vídeos nas redes sociais.

Em uma das mensagens em vídeo divulgadas pelo Palácio do Planalto no Facebook, a petista voltou a falar sobre o projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional que regulamenta o trabalho terceirizado. Na rede social, ela defendeu a regulamentação das atividades terceirizadas no Brasil, porém, ressalvou que, na opinião dela, as mudanças nas regras de terceirização não podem ocorrer de forma irrestrita, como foi aprovado pela Câmara dos Deputados (assista ao vídeo acima).
O projeto avalizado pelos deputados prevê a terceirização de todas as atividades, inclusive as chamadas “atividades-fim” das empresas. Atualmente, uma universidade particular, por exemplo, pode contratar serviços terceirizados de limpeza e segurança, mas não professores terceirizados.
Em outro vídeo, a presidente defende a política do governo para a valorização do salário mínimo. Segundo ela, em seu primeiro mandato, o mínimo cresceu 14,8% acima da inflação. Dilma afirmou que essa política beneficia 45 milhões de trabalhadores da ativa e aposentados.
No terceiro vídeo divulgado na rede social, a presidente defendeu a legitimidade de manifestações pelo país e afirmou que os protestos não podem ser enfrentados com “violência”. Ela destacou que vivemos em uma democracia e, por isso, temos de "nos acostumar" com as manifestações e as vozes das ruas.
Na fala, o presidente do Senado voltou a dizer que as medidas provisórias encaminhadas pelo Executivo federal ao Legislativo para tentar reequilibrar a economia são, na verdade, um "desajuste".Já Renan Calheiros, que criticou Dilma nesta quinta (30) por ela ter optado por se manifestar somente pelas redes sociais, fez um pronunciamento nesta sexta na TV Senado para celebrar o Dia do Trabalho(veja o vídeo ao lado). No comunicado, ele afirmou que o Congresso Nacional não será um "mero espectador" do ajuste fiscal proposto pelo governo federal.

"O Congresso Nacional não será um mero espectador do ajuste fiscal. O Congresso é o próprio fiscal do ajuste. Ajuste que penaliza o trabalhador é desajuste. Proponho, em nome do Congresso Nacional, o pacto pela defesa do emprego", declarou.

O presidente da Câmara, Eduado Cunha (PMDB-RJ), participou das celebrações do Dia do Trabalho em SP (Foto: Paulo Lopes/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Cunha participou das festa organizada pela Força
Sindical para comemorar o Dia do Trabalho.
(Foto: Paulo Lopes/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Em um evento promovido pela Força Sindical em São Paulo, o presidente da Câmaraanunciou nesta sexta que apresentará, na próxima semana, um projeto de lei para reajustar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a partir do índice da caderneta de poupança.

No ato que celebrou o Dia do Trabalho, Cunha destacou que sua proposta, caso aprovada, valerá a partir de janeiro de 2016. Segundo ele, o texto não prejudicará as operações atuais.

"Somente os novos depósitos sofrerão reajuste. É um projeto que vamos tramitar e votar em regime de urgência. Será apresentado na semana que vem, quando terá o trancamento da pauta devido à votação do ajuste fiscal. Vamos ver ainda a data em que ele será votado", ressaltou o peemedebista.
O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva durante a festa do Dia do     Trabalho no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, nesta sexta-  feira (Foto: Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)
Lula discursou na festa de 1º de Maio organizada
pela CUT no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.
(Foto: Vanessa Carvalho/Estadão Conteúdo)
Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (1º), durante ato da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo pelo Dia do Trabalho, que não é candidato a nada, mas vai percorrer o país para garantir a manutenção do governo Dilma Rousseff.

Lula reagiu ao que chamou de insinuações sobre o seu suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato e disse que parte da elite tem medo de que ele volte a ser candidato.
"Eu 'tô notando, todo santo dia, insinuações. Ah, lá na Operação Lava Jato estão esperando que alguém cite o nome do Lula. Ah, estão tentando fazer com que os empresários citem o nome de Lula. Eu estou quietinho no meu lugar. Não me chame para a briga. Eu não tenho intenção de ser candidato a nada. 'Tá aceita a convocação. Eu agora vou começar a andar o país outra vez", afirmou o petista.
Lula deixou claro ainda que vai se mobilizar para defender o governo da presidente Dilma.
Aécio Neves durante as comemorações de   1° de Maio na organizada pela Cut e   movimentos sindicais na Praça Campo de   Bagatelle, em Santana.  (Foto: Mário Âneglo/Sigma Press/Estadão Conteúdo)
Aécio discursou no ato de 1º de Maio realizado na
Praça Campo de Bagatelle, em São Paulo.
(Foto: Mário Âneglo/Sigma Press/Estadão Conteúdo)
Aécio Neves
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta sexta-feira, em ato do Dia do Trabalho em São Paulo, que o Senado vai "aprimorar" o projeto da terceirizaçãoaprovado na Câmara. O tucano afirmou ainda que vai propor um limite para terceirização das atividades, proposta que já foi defendida por Renan Calheiros.

"Nós vamos no Senado discutir a terceirização com enorme responsabilidade. De um lado vamos garantir a regulamentação para aqueles que são terceirizados. Nos vamos tb propor um limite para que as empresas possam terceirize algumas de suas atividades. Portanto o senado federal vai aprimorar o projeto votado na Câmara", disse o senador no evento promovido pela Força Sindical.
Ao público presente, Aécio criticou o fato de a presidente Dilma Rousseff não ter feito pronunciamento do Dia do Trabalho em cadeia nacional de rádio e TV.
O tucano também lamentou o confronto entre policiais militares e professores ocorrido nesta semana no Paraná, estado governado por seu colega de partido Beto Richa. Aécio, no entanto, disse que o tema não deve ser alvo de "ironia" por parte de ninguém.
"Lamento profundamente pelo que aconteceu [...] Nada que ocorreu deve ser objeto de ironia, de quem quer que seja", ressaltou o senador.

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