.: Ex-pedreiro assina contrato com agência de modelo e vai ao SPFW

O gaúcho John Leceux, de 20 anos, é a nova aposta da Joy Models e afirma: 'Sempre fui o mais paquerado pelas meninas do colégio.'

Parece até história de novela, mas aconteceu com o gaúcho John Leceux. Aos 20 anos de idade, ele trocou a vida humilde com os avós no interior do Rio Grande do Sul para viver no circuito fashion da cidade grande. Com descendência francesa, que explica seu nome e sobrenome pouco usuais, o rapaz abandonou o trabalho do campo e dos canteiros de obras após ser descoberto pelos olheiros da agência Joy Models no mês passado.

Com 1,87m de altura e corpo malhado, John, que está instalado em São Paulo desde março deste ano, resume o sentimento ao conhecer pela primeira vez uma semana de moda, nesta sexta-feira, 17, e último dia doSPFW verão 2016. "É tudo muito novo. Ainda estou me acostumando com esse cenário fashion", diz aos risos. "É a maior agitação, muitas pessoas bonitas e às vezes o barulho das conversas é tão alto quanto das britadeiras", compara ele.

No entanto, ele confessa que nunca imaginou em ser modelo. "Foi uma grande surpresa. Nunca me imaginei nesta profissão. Meus amigos não acreditavam muito, mas ficam contentes em ver que as coisas estão começando a acontecer para mim. Para a minha família foi uma felicidade imensa", diz o rapaz, que precisou mudar radicalmente os hábitos de alimentação e cuidados com a forma física.

John Leceux (Foto: Divulgação)

Mudanças de hábito

O ex-pedreiro lembra que a antiga rotina de trabalho no campo ajudou, e muito, a manter seus braços desenhados e abdômen trincado. "Comecei a malhar há pouco tempo. Agora estou mais atento aos cuidados com a corpo", diz ele. Para John, a mudança mais radical foi sentida na alimentação do dia a dia. "Antes eu podia comer de tudo. Tomava cerveja com os amigos, fazia churrasco e comia carnes gordas e adorava os doces. Tive que mudar os hábitos para poder ficar com o corpo em dia. Hoje faço uma dieta mais saudável, rica em saladas, carne branca, ovos... Mas não abro mão de tomar meu chimarrão", diverte-se ele.

Com o ensino médio recém-completado, John lembra que sempre foi o mais alto da turma: "Eu era o 'grandão' e, por isso, me respeitavam. Sempre fui mais sério e também o mais paquerado pelas meninas do colégio", entrega ele, que tem um irmão mais velho e que nunca conheceu seu pai biológico. "Sempre morei com meus avós maternos, que, apesar de todas as dificuldades, nunca me deixaram na mão. Isso é o que mais importa para mim. Minha mãe, apesar de morar longe, sempre me ajudou e fez o melhor por mim e nós damos muito bem."

Sobre o passado na construção civil, ele lembra que ambiente de trabalho era ímpar. "Gostava do trabalho como pedreiro e acho que não teria largado a profissão se não tivesse tido o convite para ser modelo. O ambiente era legal e havia uma relação de amigos de verdade e não de apenas colegas durante o expediente", compara John, que não tem medo de trabalho e dos desafios da vida de modelo nas passarelas.

"Eu sempre trabalhei para ajudar minha família. Comecei quando tinha 7 anos ajudando na lavoura. Quando completei 10 anos, comecei a cuidar do gado, tirando leite. Eu gostava muito dos animais, mas tive que largar porque era muito cansativo e precisava ir para a escola . Como meus avós não queriam que eu me prejudicasse, acabei largando o serviço na época. Desta vez, toda a família está apoiando. Estou feliz e na expectativa.", comemora John, que ainda não começou a trabalhar. "Estou me preparando para exercer minha nova função. Tenho feito curso e participando de aulas com booker", afirmou ele.