Enterro ocorreu na manhã desta quinta-feira (22), em Ponta Grossa.
Principal suspeito do crime é o ex-namorado da vítima, que já está preso.
A personal trainer Cíntia Quadros de Souza, de 22 anos, foi enterrada na manhã desta quinta-feira (22) em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná. A jovem foi encontrada morta na quarta-feira (21) após ficar desaparecida por uma semana. O principal suspeito do crime é o ex-namorado da vítima, que já está preso.
O corpo da jovem foi liberado pelo Instituto Médico-Legal (IML) por volta das 8h30. Ainda em frente ao local, amigos e parentes da jovem fizeram uma corrente de oração. Em seguida, o corpo seguiu para o cemitério, onde foi sepultado. Não houve velório.
Menina esforçada
“Não era acomodada e queria ser alguém na vida”, diz a servidora pública Cristina Kasprzak, de 35 anos, sobre Cíntia. Ela trabalhava na secretaria do Colégio Estadual Dr. Epaminondas Novaes Ribeiro quando conheceu a jovem, que ainda estava no Ensino Médio.
“Ela tinha tudo para ser uma ‘tranquerinha’, já que vivia na sala das pedagogas. Mas, um dia, ela mudou da água para o vinho”, lembra. De acordo com a servidora pública, Cíntia passou a ser a melhor aluna da sala. “Tirava notas boas, mudou suas companhias e só aparecia na sala das pedagogas para dar ‘oi’”, relata.
Ainda de acordo com Cristina, ela aparecia sempre na secretaria para pedir informações sobre vestibulares. “Quando deixei o colégio, ela tinha acabado de concluir o ensino médio e de ser aprovada em educação física na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A Cíntia era o nosso orgulho”, revela.
A servidora pública conta que ficou triste, revoltada e indignada quando soube da morte de Cíntia. “Se foi o ex-namorado quem a matou, ele acabou com a vida de uma menina que tinha um futuro brilhante pela frente. Acabou com os sonhos dela. Acabou com a vida da família dela. Até quando vamos ter que ver casos assim e achar que é normal?”, questiona.
Entenda o caso
Cíntia desapareceu no dia 14 de janeiro. A avó da jovem registrou o Boletim de Ocorrência (B.O) de desaparecimento na sexta-feira (16), 48h após o sumiço. No domingo (18), a Polícia Civil recebeu informações de que a jovem estaria na região do Rio São Jorge, e as buscas no local começaram.
O corpo da jovem foi encontrado durante a manhã de quarta-feira (21). De acordo com a a polícia, ela foi arremessada de um paredão de pedras de cerca de 20 metros. Policiais e bombeiros levaram 5 horas para resgatar o corpo devido à dificuldade de acesso ao local. O laudopara apontar se a jovem foi morta antes ou depois de cair no paredão deve sair em um mês.
Horas depois, o ex-namorado dela, que estava foragido, se apresentou à polícia. O rapaz, que já tem passagens na polícia pela Lei Maria da Penha, está detido na delegacia e deve prestar novo depoimento. Se for condenado, ele pode responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A delegada responsável pelo caso, Tânia Maria Sviercoski Pinto, afirma que há várias provas que levam a crer que o ex-namorado é o autor do crime.
Foi com ele que Cíntia foi vista pela última vez. Segundo a avó materna da jovem, Maria Carvalho de Souza, Cíntia saiu com o ex-namorado na hora do almoço para ir ao Departamento de Trânsito (Detran) do Paraná e não voltou mais para o trabalho, nem para casa.
A avó contou que Cíntia morou com o suspeito por quase seis meses. Porém, há pouco tempo, o casal havia deixado de viver na mesma casa, e a jovem estava na casa da avó. "Eles estavam brigando, mas voltavam. Agora, ela estava morando comigo", conta.
O ex-namorado da jovem chegou a prestar depoimento antes de o corpo ser encontrado. De acordo com a polícia, ele disse que os dois compraram um carro juntos e que, depois da separação, se encontraram para resolver a situação. O rapaz contou ainda que, após a conversa, deixou Cíntia perto de uma das duas academias em que ela trabalhava.
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