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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

'O que aconteceu em SP foi quase um furacão', diz Haddad

Número de árvores que caíram após temporal em SP subiu para 360.
Rajadas de vento de até 96 km/h causaram apagões em bairros da capital.


O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta terça-feira (30), em entrevista ao SPTV, que o temporal ocorrido na madrugada de segunda (29) foi comparável a um furacão. "O que aconteceu em São Paulo há dois dias foi algo muito próximo de um furacão", disse Haddad. "Nós nunca tivemos uma situação próxima a um furacão", afirmou.
Ele lembrou que as rajadas atingiram quase 100 km/h na cidade e citou que os ventos "chegaram a 120 km/h" no caso do furacão Katrina, que devastou Nova Orleans, nos EUA. Entretanto,  apesar da citação de Haddad, de acordo com registros da época, o Katrina chegou à Luisiana com força máxima, na categoria 5, com ventos de até 250 km/h.
Sobre os reparos na capital paulista, Haddad reforçou que trabalha em conjunto com a Eletropaulo e que tem ações preventivas, como as mais de 100 mil podas e até 15 mil remoções de árvores por ano.
O prefeito rebateu a tese de negligência em caso de chamados para remoção não realizados, como apontaram moradores da Vila Mariana. "Você não faz uma poda porque alguém acha que a árvore está doente", disse o prefeito, explicando que cada remoção depende do laudo de um agrônomo.
Haddad diz que o trabalho de retirada de galhos e troncos segue em andamento. "Foram mais de 300 árvores que caíram. Removemos quase a totalidade", afirmou.
O prefeito disse que a remoção é um "trabalho delicado" e que metade das árvores derrubadas foi removida nas primeiras 24 horas. Ele lembrou que, em alguns casos, os funcionários não podem usar a motosserra sem a presença de equipe da Eletropaulo por causa de riscos com a fiação elétrica.
A maioria dos bairros está sem luz não por queda de árvores. Isso também é errado dizer. Está sem luz porque houve 2 mil raios e uma boa parte dos raios cai sobre transformadores e alimentadores de energia"
Fernando Haddad,
prefeito de São Paulo
Haddad negou haver "jogo de empurra" entre a administração municipal e a empresa de energia. "A maioria dos bairros está sem luz não por queda de árvores. Isso também é errado dizer. Está sem luz porque houve 2 mil raios e uma boa parte dos raios cai sobre transformadores e alimentadores de energia. Então, é natural, depois de um evento desta proporção, as equipes interagirem", disse o prefeito.

De acordo com Haddad, a administração municipal faz 15 mil remoções de árvores e 100 mil podas por ano. As árvores da cidade foram repertoriadas e devem começar a receber acompanhamento fitossanitário. “Com ventos próximos à velocidade de um furacão as raízes não aguentam, os troncos não aguentam. Nós podemos melhorar o serviço de zeladoria da cidade, mas para esses grandes eventos não é com acompanhamento fitossanitário que você vai minorar o problema”, afirmou.

Estragos do temporal
O temporal que atingiu a cidade de São Paulo na madrugada de segunda-feira (29) derrubou um total de 360 árvores, segundo balanço atualizado divulgado nesta terça (30) pela Secretaria de Coordenação das Subprefeituras. O número, de acordo com a pasta, representa um recorde para a capital e é ainda maior que o divulgado na tarde de segunda, quando eram contabilizadas cerca de 280 quedas.

Além de derrubar árvores, a chuva forte e as rajadas de vento de até 96 km/h causaram apagões em semáforos e ao menos sete pontos de alagamento na capital. Avenidas importantes, como a 23 de Maio, tiveram o trânsito prejudicado e bairros nas Zonas Sul e Oeste, como Brooklin e Butantã, ainda permaneciam sem luz no começo da manhã desta terça, mais de 24 horas depois do temporal.  Procurada pelo G1, a AES Eletropaulo não informou quais áreas ainda estão sem energia.

No Parque Ibirapuera, a queda de 25 árvores atrasou a abertura na manhã de segunda.  O local só foi parcialmente aberta ao público  durante a tarde e a liberação total dos acessos ocorreu apenas às 8h desta terça.

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