Defesa tentou mostrar que réu não tinha capacidade de responder pelos atos.
Júri considerou que ele não tinha problemas mentais e agiu de maneira cruel.
O jovem Luiz Guilherme Elias Cavalcanti, de 20 anos, acusado de matar a golpes de faca o pai e a namorada, no Setor Aruanã II, região leste de Goiânia, foi condenado nesta quarta-feira (19) a 30 anos e 6 meses de prisão em regime fechado por homicídio qualificado. A sessão durou cerca de oito horas e foi presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 13ª Vara Criminal de Goiânia e ocorreu no 1º Tribunal do Júri da capital.
O advogado de defesa do réu, Ramon Cândido da Silva, alegou durante o julgamento que seu cliente apresenta alteração neuropsicológica e não se lembra do que ocorreu no dia do crime. Sendo assim, ele deveria ser considerado como incapaz de responder inteiramente pelos seus atos. Entretanto, o júri composto por cinco mulheres e dois homens recusou o argumento. Além de considerar o réu apto de saber que seus atos estavam errados, os jurados também consideraram que os crimes foram cometidos de maneira cruel.
Luiz Guilherme foi considerado o autor do assassinato da namorada, Laiz Santiago Rodrigues, de 19 anos, e do pai dele, Luiz Gonzaga de Souza Calvacante, 60, na casa em que a família morava. O réu mantinha uma página no Facebook, na qual se identificava como "maloqueiropunkgotico Cupim", onde postava fotos usando drogas.
A sentença foi dividida em duas etapas. No assassinato de seu pai, o réu foi condenado a 15 anos e 6 meses de prisão. Já na morte de sua namorada, o criminoso foi sentenciado a 15 anos.
Ainda na leitura da sentença, o juiz justificou a sentença baseado em atenuantes e agravantes apresentados pelo histórico do réu. De acordo com Jesseir Coelho, Luiz Guilherme confessou os crimes de maneira espontânea, era menor de 21 anos quando cometeu o duplo homicídio e não tinha antecedentes criminais.
Entretanto, o juiz afirma que a personalidade do réu é “preocupante”, pois demonstrou frieza ao relatar os crimes em juízo. Além disso, segundo o presidente do tribunal, a conduta social do jovem está “fora dos padrões da normalidade”, pois ele mantém o costume de ingerir bebidas alcoólicas e o uso de entorpecentes e também tem um perfil “antissocial”.
O jovem saiu do tribunal algemado e foi levado direto para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde cumprirá a pena.
Prisão
Luiz Guilherme foi preso em 28 de agosto de 2012, um dia após o crime. Ele seguiu em reclusão até o dia 23 de maio de 2013, quando o mesmo juiz determinou a soltura. Segundo Alcântara, a decisão foi tomada em protesto pela demora do estado em expedir o laudo de reconstituição dos fatos, que seria anexado ao processo e comprovaria a autoria dos homicídios. O prazo para que o documento ficasse pronto era de 90 dias após o crime, mas, até a data em que o jovem foi liberado, ainda não havia sido finalizado.
Ele ficou livre por quase dois meses, quando um novo pedido de prisão foi expedido pela juíza substituta Lívia Vaz da Silva. A decisão ocorreu em 19 de julho do ano passado, mas ele só se apresentou à polícia três dias depois. Desde então, ele segue no Complexo de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia.
Crime
Segundo o inquérito da polícia, Laiz estava na casa do namorado, no Setor Aruanã II, quando Luiz Guilherme matou ela e o pai. A jovem, que era designer de moda, foi vista pela última vez na companhia do namorado.
Segundo a mãe da menina, o relacionamento tinha pouco mais de um mês. “Não estou aqui para crucificar ninguém, quero uma solução para o assassino”, desabafou, na época do crime.
Conforme a polícia, o jovem era usuário de drogas. Nas paredes da casa onde ocorreram as mortes foram pichadas palavras e símbolos.
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