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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

'Fui votar e terminei sendo agredida', diz eleitora que apanhou de candidato

Marta Celeste afirma que tumulto aconteceu porque candidato 'furou fila'.
Assessoria de Brito diz que vídeo não mostra confusão como aconteceu.


 “Fui votar e terminei sendo agredida”. Esse é desabafo da médica Maria Celeste Oliveira, agredida pelo candidato ao Senado Coronel Brito (PEN) no último domingo (5), na Escola Padre Pinho, no bairro de Cruz das Almas, em Maceió. A médica diz que levou um tapa no rosto e uma cotovelada do candidato após impedir que um idoso fosse preso por reclamar que o coronel havia furado fila. Um vídeo da agressão foi gravado por um eleitor que estava no local e compartilhado por aplicativos para smartphone (assista acima).
Por meio da assessoria de comunicação, o candidato afirmou que a confusão não aconteceu do jeito que está sendo contada e que o vídeo compartilhado não mostra a situação toda. Segundo o assessor de Brito, os eleitores o agrediram física e verbalmente antes, mas o vídeo só mostra a parte em que o candidato "perdeu a cabeça" e revidou as agressões.
Maria Celeste diz que a seção em que vota já estava tumultuada porque havia mais de 40 pessoas além dos que estavam na fila de prioridade. Foi quando o Coronel Brito chegou com mais quatro assessores e passou na frente dos eleitores que aguardavam na fila.
“Todo mundo ficou inconformado porque ele passou na frente de todo mundo e votou. Ele saiu e retornou com mais quatro policiais para dar voz de prisão a um senhor que estava na fila. Ninguém achou correto e reclamou muito. Eu me aproximei e comecei a defender o senhor, disse que ele não iria prendê-lo, foi quando ele me agrediu. Levei um tapa e uma cotovelada”, afirma.
Marta Celeste diz que levou um tapa e uma cotovelada do candidato Coronel Brito (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Celeste diz que levou um tapa e uma cotovelada do
candidato Cel Brito (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Após a agressão, uma promotora eleitoral compareceu à seção e instruiu a médica a confeccionar um Boletim de Ocorrência (BO). “Depois da confusão, eu votei, fiz o BO na Central de Flagrantes e o exame de corpo de delito no IML [Instituto Médico Legal]. Depois procurei ontem mesmo a Corregedoria da Polícia Militar para relatar o caso. Meu advogado já está cuidando disso e o que for possível ser feito na esfera judicial, será feito”, afirma.
Em entrevista à TV Gazeta, a promotora da 5ª Junta Eleitoral, Maria José Alves da Silva, disse que os policiais que estavam com o candidato Coronel Brito ficaram em uma situação delicada. “Eram dois sargentos para dar voz de prisão a um coronel. Seria o mesmo que um juiz dar a voz de prisão a um desembargador ou a um promotor. Dentro do que lhes competem, eles agiram certo”, afirma ao ressaltar que os policiais militares que estavam com o candidato não faziam a segurança do colégio eleitoral.
Por meio de nota à imprensa, a Polícia Militar informou que já tomou conhecimento dos fatos e que tomará as medidas cabíveis. A PM disse ainda que vai instaurar um procedimento administrativo para apurar se houve omissão por parte dos militares que presenciaram a agressão.
A presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AL), a desembargadora Elisabeth Carvalho do Nascimento, chegou a determinar a prisão de Brito, mas ele ainda não se apresentou à polícia.
A Polícia Civil informou que a delegada da Mulher Fabiana Leão vai investigar o caso. A reportagem do G1 entrou em contato com a delegada para saber sobre as investigações, mas as ligações não foram atendidas.

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