Recomendação foi feita à Prefeitura de Presidente Prudente com o argumento de que a parada de carros prejudica o trânsito e pedestres que transitam pela Avenida Coronel José Soares Marcondes
O Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Justiça da Habitação e do Urbanismo de Presidente Prudente, fez uma recomendação à Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública (Semav) para que o estacionamento no canteiro central da Avenida Coronel José Soares Marcondes, na altura da Associação Prudentina de Esportes Atléticos (Apea), na Vila Lessa, seja retirado.
Conforme o documento, o Instituto de Criminalística (IC) aprontou que a avenida é uma via arterial, juntamente com as avenidas Manoel Goulart, Washington Luiz, Brasil e da Saudade. “Considerando que as faixas de trânsito das referidas avenidas não foram consideradas seguras, inclusive porque ao longo delas é permitida a conversão à esquerda, ocasionando estrangulamento e lentidão do fluxo”, aponta a Promotoria.
O MPE ainda cita que os estacionamentos de veículos nos canteiros centrais “comprometem a segurança das pessoas, uma vez que, por conta da dimensão das vagas e dos veículos, estes acabam invadindo parcialmente a faixa de rolamento, implicando em risco de colisão”.
As vagas, ainda conforme a Promotoria, reduzem o local destinado à circulação de pedestres, “impelindo estes a efetuar a travessia em diagonal, aumentando o percurso e o tempo de permanência no leito carroçável e, consequentemente, aumentando também o risco de atropelamento”.
A respeito das dimensões, o MPE cita que sobram apenas 60 centímetros de largura máxima e 40 centímetros de largura máxima utilizável por conta da instalação do estacionamento em 45º, “ficando as pessoas sujeitas a atropelamentos por veículos que trafegam próximos ao canteiro central”.
A Promotoria lembra que estacionamentos do mesmo tipo instalados em frente à Santa Casa e ao prédio do Palácio da Saúde, na mesma avenida, já foram retirados, “sendo que a mantença deste estaria a caracterizar um privilégio que ofende o principio da isonomia e igualdade”.
Por fim, o Ministério Público deu o prazo de 30 dias para que seja informado o “acatamento” da recomendação e “as medidas adotadas para seu cumprimento/atendimento”.
Outro lado
O secretário municipal de Comunicação, Marcos Tadeu Cavalcante Pereira, afirmou ao iFronteira que o estacionamento existe há “três décadas”.
“Já é um uso e costume. Precisamos ver a situação e o que a retirada pode causar. É preciso ver também se há transtorno, pois não há registro. Vamos estudar a recomendação do Ministério Público para ver se há necessidade da retirada do estacionamento”, explicou.
Opiniões divergentes
A recomendação do Ministério Público dividiu opiniões entre as pessoas que frequentam o local.
A autônoma Beatriz Silveira Martins, de 43 anos, não concordou com a medida. “Eu não concordo. O estacionamento é um espaço separado da avenida, não atrapalha em nada. Já não temos onde estacionar no Centro inteiro, agora vai tirar esse aqui também?”, indagou, na tarde desta quinta-feira (28).
Já para o vendedor Leonardo Martins, de 30 anos, “a retirada do estacionamento seria uma boa ideia”. “Assim como foi feito na Avenida Washington Luiz, tem de ser feito aqui também. É ruim principalmente na hora de manobrar, os carros oferecem risco para quem vem subindo a avenida”, disse.
Para a gerente de loja Márcia Regina Pelágio Luz, de 42 anos, a medida prejudicará bastante o comércio no local. “Irá prejudicar muito. Já tem poucos lugares para estacionar. Se tirar o estacionamento daqui, não terá mais lugar para estacionar. Moro aqui na avenida e, como moradora, também sou contra a retirada do estacionamento, porque, sem vagas, as pessoas vão começar a parar em frente às nossas garagens, como já vem acontecendo de vez em quando”, afirmou.
Colaborou Murilo Rincon.
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