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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Marina nega divergência com vice e diz que não é contra transgênicos

Candidata do PSB à Presidência deu entrevista ao vivo no Jornal Nacional.
Ela disse que apuração da PF esclarecerá uso de avião da campanha.


A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (27), em entrevista ao vivo ao Jornal Nacional, que, tem uma trajetória de "trabalhar com os diferentes" – ao responder sobre o candidato a vice, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) – e que é "lenda" a versão de que é contra o plantio de transgênicos.

Questionada sobre o fato de Albuquerque ter sido um dos principais articuladores no Congresso da aprovação da medida que permitiu o plantio da soja transgênica, a ex-ministra do Meio Ambiente afirmou:

"Uma questão fundamental: nos somos diferentes. E a nova política sabe trabalhar na diversidade, na diferença.  Agora, o fato de o Beto ter uma posição diferente da minha em relação a transgênicos é um aspecto. Há uma lenda de que eu sou contra os transgênicos, mas isso não é verdade. Sabe o que eu defencia quando era ministra do Meio Ambiente? Um modelo  de coexistência: área de transgênico e área livre de transgênico. Infelizmente, no Congresso Nacional, não passou a proposta do modelo de coexistência", declarou.
Segundo afirmou, ela e Albuquerque têm uma "visão diferente" em relação a temas como transgênicos e células-tronco, mas tiveram um trabalho conjunto no Congresso quando ele foi o relator da Lei de Gestão de Florestas Públicas. "[Ele] me ajudou a aporvar a Lei da Mata Atlântica e tantas outras medidas importantes para o meio ambiente", disse.
Avião
Marina Silva respondeu sobre as suspeitas de ilegalidade no uso do jatinho com que ela, na condição de candidata a vice, e Eduardo Campos, presidenciável do PSB morto em acidente aéreo no último dia 13, se deslocavam pelo país para fazer campanha eleitoral.

"Não tinha nenhuma informação quanto a qualquer ilegalidade referente à postura dos proprietários do avião. As informações que tínhamos eram exatamente aquelas referentes à forma legal de adquirir o provimento desse serviço", afirmou.
Indagada se não teve interesse de questionar eventuais irregularidades na cessão do avião, ela disse ter a informação de que a aeronave era emprestada e que, até o final do prazo legal – no encerramento da campanha – seria feito o ressarcimento ao proprietário pelo comitê financeiro de Eduardo Campos.
"Meu compromisso, e o compromisso de todos aqueles que querem a renovação da política, é com a verdade. E a verdade não virá apenas pelas mãos do partido e nem também apenas pela investigação da imprensa – e eu respeito o trabalho  de vocês. Ela terá que ser aferida pela investigação da Polícia Federal. Isso não tem nada a ver com querer tangenciar ou se livrar do problema [...]. O compromisso é com a verdade”, disse.
Meu compromisso é com a verdade, e a verdade não virá apenas pelas mãos do partido nem apenas pela investigação da imprensa. Ela terá de ser aferida pela investigação que está sendo feita pela Polícia Federal. O compromisso é com a verdade", declarou.
Acre
A ex-senadora foi questionada sobre o fato de ter terminado a eleição de 2010 em terceiro lugar no Acre e como explicava essa desaprovação em seu estado de origem.

Marina Silva disse que contrariou interesses políticos no estado e citou um provérbio – "É muito difícil ser profeta em sua própria terra".
"Eu venho de uma trajetória política que desde os meus 17 anos eu tive que confrontar muitos interesses no meu estado do Acre, ao lado de Chico Mendes, ao lado de pessoas que se posicionaram ao lado da Justiça, da defesa dos índios, dos seringueiros, da ética na política. Isso fez com que eu tivesse que seguir uma trajetória que não era o caminho mais fácil", afirmou.
A jornalista retrucou e perguntou se não seria como se os acrianos dissessem: "Quem não a conhece que vote na senhora"?
"Talvez você não conheça bem a minha trajetória. Acho que você tem certo desconhecimento do que significa ser senadora vindo da situação que eu vim. Não sou filha de político tradicional, não sou filha de nenhum empresário. no meu estado. Até a minha eleição, para ser senador da República, era preciso ser filho de ex-governador, filho de alguém que tivesse, de preferência, um jornal, uma TV, uma rádio, para falar bem de si mesmo e falar mal daqueles que ficavam defendendo a justiça. Não é culpa dos acrianos, é culpa das circunstancias. Os acrianos foram muito generosos comigo", respondeu.
Reeleição
Ao falar sobre os projetos que tem para o país, disse que um dos mais importantes é "renovar a política e vê-la a serviço de resolver os principais problemas do cidadão".

A candidata reiterou a promessa de, se eleita, não concorrer a um segundo mandato. "Como presidente, quero que você me ajude a ser a primeira presidente que não vai buscar uma nova eleição porque não quero ter um mandato que comprometa o futuro das próximas gerações", afirmou, dirigindo-se ao telespectador.

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