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sábado, 26 de julho de 2014

Polícia Civil instaura inquérito para investigar morte de atriz

Prazo para conclusão é de 30 dias, podendo ser prorrogado.
Luana Barbosa foi atingida por um tiro após passar por um bloqueio da PM.


A Polícia Civil abriu inquérito nesta sexta-feira (25) para investigar a morte da atriz e produtora cultural Luana Barbosa no mês passado emPresidente Prudente. A ordem para o início dos trabalhos, que será realizado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), partiu da Delegacia Geral do Estado de São Paulo.
A vítima foi atingida no tórax por um disparo, quando a motocicleta onde ela estava, conduzida pelo namorado, furou um bloqueio que acontecia na Avenida Joaquim Constantino no dia 26 de junho. Ela foi encaminhada ao Hospital Regional de Presidente Prudente, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
O caso, até então, era investigado apenas pela Polícia Militar, uma vez que as autoridades envolvidas entenderam que o homicídio foi culposo – sem a intenção de matar. Agora, a Polícia Civil deve ouvir as pessoas envolvidas na ocorrência. Apesar dos questionamentos da família e até da Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo.
Blitz acontecia na Avenida Joaquim Constantino (Foto: Carolina Mescoloti/G1)
Blitz acontecia na Avenida Joaquim Constantino
(Foto: Carolina Mescoloti/G1)
“Vamos começar a colher os depoimentos, como a PM já havia feito, e avaliar se há mais alguém para ser ouvido. O prazo para conclusão do inquérito da Polícia Civil é de 30 dias, como em todo caso em que o autor responde em liberdade, e pode ser prorrogado”, informou o delegado Antenor Pavarina.
De acordo com ele, as investigações da Polícia Civil e da Polícia Militar são paralelas. “Uma não anula a outra, por mais que já exista ação proposta pelo Ministério Público à Justiça Militar”, acrescentou.
A Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo e um advogado ligado aos direitos humanos já haviam protocolado o pedido de investigação pela Polícia Civil por acreditarem que há indícios de tratar-se de um homicídio doloso, ou seja, houve a intenção de matar. A família da atriz havia solicitado também investigação pelo Ministério Público.
Amigos e familiares pediram por justiça durante manifesto (Foto: Mariane Peres/G1)
Amigos e familiares pediram por justiça durante
manifesto (Foto: Mariane Peres/G1)
Tiro
Luana tinha 25 anos e estava na garupa do namorado. No boletim de ocorrência, registrado no dia da morte, o cabo Marcelo Coelho relatou que o capacete do motociclista bateu em sua mão e houve o disparo. Ele chegou a ser preso e encaminhado a um presídio militar em São Paulo, mas foi solto após pedido de liberdade provisória. Ele, que está na corporação há 23 anos, atualmente presta serviços administrativos no batalhão.

Advogado e pai de Luana estiveram no Ministério Público Estadual nesta quinta-feira (17) (Foto: Reprodução/TV Fronteira)
Advogado e pai de Luana estiveram no Ministério
Público Estadual (Foto: Reprodução/TV Fronteira)
A versão do namorado, Felipe de Barros, de 29 anos, ainda conforme o registro policial, diz que furou o bloqueio porque estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa.
Atriz e produtora cultural, Lua, como era conhecida, nasceu em Rancharia e se mudou para Presidente Prudente após concluir a faculdade de teatro em Curitiba (PR). Ela era integrante da Federação Prudentina de Teatro e Artes Integradas (FPTAI) e foi uma das fundadoras d'Os Mamatchas, uma companhia de teatro e circo de rua.
A morte dela causou comoção. Amigos e familiares realizaram um protesto no Calçadão da Maffei, no Centro de Presidente Prudente, repudiando a ação da Polícia Militar e pedindo para que inquérito civil fosse instaurado. Pintados de sangue no tórax, eles soltaram bombas e leram uma carta aberta para quem passava pelo local. Houve um protesto também na capital paranaense.

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