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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Máquinas começam demolição de viaduto que desabou em BH

Duas pessoas morreram e 23 se feriram com queda de elevado na quinta.
Segundo a Justiça, área necessária para perícia será preservada.


A demolição parcial do Viaduto Guararapes, que desabou na quinta-feira (3) na Avenida Pedro I, em Belo Horizonte, foi iniciada na manhã desta segunda (7). Máquinas e operários estão no local para quebrar parte da estrutura que obstrui a via. Segundo a prefeitura da capital mineira, o serviço deve ser concluído entre 24 e 48 horas. Duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas na queda do elevado.

Os trabalhos de remoção da estrutura foram liberados pela Justiça na noite de domingo (6). No dia anterior, uma decisão do desembargador Adilson Lamounier impedia a demolição com base em um pedido do delegado Hugo e Silva, que preside o inquérito responsável por apurar o acidente. A intenção da polícia era preservar a área necessária para a perícia. Ao liberar a demolição parcial, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou que esse local específico permaneça preservado.
A Avenida Pedro I é uma das vias de acesso entre o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, e o Mineirão, onde será disputado nesta terça-feira (8) o jogo entre Brasil e Alemanha, pela fase semifinal da Copa do Mundo.
Máquinas e operários trabalham na demolição de viaduto na Avenida Pedro I, em Belo Horizonte. (Foto: Pedro Ângelo/ G1)Parte do concreto na alça caída é quebrada por máquinas (Foto: Pedro Ângelo/G1)

Toda a parte caída do viaduto, que pode ser vista na foto acima, será removida por máquinas como rompedores hidráulicos, escavadeiras e retroescavadeiras. A alça que está elevada permanecerá intacta por não oferecer risco de queda, segundo a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte. Mas, durante a demolição, essa parte será monitorada. Como combinado com moradores da região, esse serviço será realizado entre as 8h e 22h. Se não for concluído nesta segunda, deve ser interrompido e retomado nesta terça-feira. 

No sábado (5), o coordenador Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte, coronel Alexandre Lucas, explicou que seriam isolados cerca de 10 metros no entorno de um dos pilares. "É o perímetro que a perícia entendeu ser fundamental para fazer a investigação criminal", disse. Durante o desabamento, um dos pilares do viaduto afundou entre 5 e 7 metros, segundo engenheiros que acompanham o inquérito sobre o acidente.

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, foram tomadas algumas medidas de segurança, como o isolamento da área, a delimitação de um perímetro de proteção e o monitoramento de prédios e casas do entorno. A administração municipal afirma, porém, que não será necessário remover moradores. Ao todo, estão no local bombeiros, a Polícia Civil, a Coordenadoria de Defesa Civil, representantes da empresa e da prefeitura.
Na sexta-feira (4), o superintendente de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), José Lauro Nogueira, já havia informado que não haveria implosão e que a demolição seria feita de forma "mecânica", isto é, com o uso de máquinas que vão quebrar parte do elevado.
Investigação sobre superfaturamento
O desabamento do Viaduto Guararapes será incluído em uma investigação sobre superfaturamento já conduzida pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais. De acordo com o promotor Eduardo Nepomuceno, o elevado em construção integra um conjunto de obras do BRT/Move que é alvo de inquérito para apurar se houve dano ao erário e enriquecimento ilícito.

Em 2012, o Ministério Público de MG abriu uma investigação para verificar suspeita de superfaturamento e de fraude nas licitações que envolvem a contração das empresas Delta e Cowan para as obras. Posteriormente, a Delta deixou o consórcio. As supostas irregularidades também são investigadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) de Minas Gerais.

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