Aos 21 anos, o fisiculturista Blake Beckford procurou um médico se queixando de uma fadiga exagerada e se deparou com um diagnóstico que virou sua vida pelo avesso: ele sofria de colite ulcerativa, uma inflamação do cólon. A doença intestinal lhe causou muita dor e desconforto, até que, em 2013, ele começou a usar uma bolsa de colostomia. Em vez de se envergonhar ou tentar escondê-la, Beckford tornou a bolsa um símbolo de sua afirmação. Ele virou modelo e lançou na internet uma campanha: “Combata o estigma”.
Em seu site, Beckford, hoje com 33 anos, explica que, antes de ser diagnosticado, ele praticava exercícios diariamente por pelo menos duas horas. No começo, ele tentou manter o ritmo, mas não conseguia sustentar a performance anterior devido aos efeitos da doença e dos remédios (fadiga crônica, perda de peso, dores nas juntas, náusea, entre outros). “Meu sonho de me tornar alguém na indústria fitness se esvaiu, eu entendi que isso nunca aconteceria, então continuei a ir à academia para me manter saudável, tentando superar os sintomas” escreveu ele.
Apesar disso, ele continuou a trabalhar com fisiculturismo até 2013, sempre escondendo o fato de seus colegas. “Eu fiz tudo que podia para esconder o que estava acontecendo e seguir meu trabalho. Estava muito anêmico, com artrite, fadiga extrema, queda de cabelos... Não conseguia nem ir ao trabalho sem ter que parar para ir ao banheiro várias vezes. Sabia que isso não ia dar certo”, lembrou.
Depois de uma crise aguda, o médico decretou: sua hora de fazer uma cirurgia para retirar o cólon havia chegado. O atleta superou o medo e aceitou começar a usar a bolsa de colostomia, que coleta as fezes. “Quando voltei para casa, tive que começar a me acostumar com a bolsa. Achei difícil aceitar isso durante semanas, não consegui contar ou mostrar a ninguém. Demorou para retomar a confiança e falar abertamente sobre isso”, afirmou.
Ser apoiado pela família e por amigos que sofriam da doença e ele conheceu na internet o ajudou a se sentir bem novamente. A partir de dezembro de 2013, ele voltou aos poucos a praticar esportes. Hoje, ele trabalha como modelo e sempre faz questão de mostrar sua bolsa de colostomia. Em agosto deste ano, ele sairá na capa da revista britânica Men’s Fitness.
Ele explica porque decidiu lançar a campanha que buscar dar fim ao estigma da bolsa: “Lembro que durante os anos que sofri crises, dizia que preferia morrer a fazer a cirurgia (para colocar a bolsa). Depois de tanto tempo, decidi que era a coisa certa para mim e agora estou decidido a mostrar às pessoas e à sociedade que ter uma bolsa de colostomia não muda quem você é e não significa que você não é normal. Você pode conseguir o que quiser”.
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