Ministro argentino viajou aos Estados Unidos para participar de negociação.
País tem até esta quarta-feira para conseguir acordo e evitar novo calote.
Representantes do governo da Argentina e os fundos especulativos voltarão a se reunir nesta quarta-feira (30) para tentar um acordo que possa evitar que o país dê calote em sua dívida pela segunda vez desde 2001. Na terça-feira, as duas partes estiveram reunidas por 12 horas no escritório do mediador judicial Dan Pollack, em Nova York.
"A reunião prosseguirá amanhã [hoje, dia 30], mas ainda não sabemos a que hora. Seguimos trabalhando com toda a seriedade que exige a questão", disse o ministro argentino da Economia, Axel Kicillof, à imprensa na porta do escritório, a menos de 24 horas de um possível "default" (calote) da Argentina.
Kicillof chegou ao local por volta das 18h30 de Nova York (19h30 em Brasília), quando a reunião já durava aproximadamente sete horas. Ele desembarcou nos Estados Unidos após deixar a Cúpula do Mercosul, que está sendo realizada em Caracas, na Venezuela.
O mediador judicial divulgou um comunicado afirmando que as duas partes conversaram frente a frente pela primeira vez e que "houve uma troca franca de pontos de vista e de preocupações", mas que "os temas em disputa continuam sem solução".
Garantia de bancos argentinos
De acordo com a imprensa argentina, um representante da Associação de Bancos Argentinos (Adeba) também viajou para Nova York para oferecer US$ 250 milhões como garantia aos fundos especulativos e convencer a Justiça dos EUA a suspender a decisão que força o país a negociar com investidores que não aceitaram participar das restruturações da dívida e exigem o pagamento integral.
Negociação
O governo argentino tem até esta quarta-feira (30) para chegar a um acordo com os "fundos abutres" (especializados em títulos desvalorizados), que obtiveram a sentença favorável do juiz Thomas Griesa, dos Estados Unidos, para receber ao mesmo tempo que os credores que renegociaram a dívida em 2005 e 2010.
A Argentina pretende acertar o pagamento aos fundos, totalizando US$ 1,33 bilhão, para depois de 2 de janeiro de 2015. A ideia é o juiz Griesa suspender a aplicação de sua decisão até 1º de janeiro, prazo em que expira uma cláusula que obriga o país a equiparar credores que aceitaram as propostas de reestruturação da dívida com qualquer outro credor que receba melhor tratamento.
No dia 26 de junho, a Argentina depositou pagamentos no valor de US$ 539 milhões aos credores da dívida reestruturada, mas o juiz Griesa bloqueou o dinheiro depositado em Nova York, o que pode provocar uma moratória nas próximas 24 horas.
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