Suspeito era 'educadíssimo' e caso a deixou surpresa, disse Narcisa Borelli.
Corpo do zelador foi encontrado esquartejado em Praia Grande, no litoral.
Uma vizinha do casal suspeito de matar o zelador de um prédio na Casa Verde, Zona Norte de São Paulo, disse que ficou surpresa com o crime e que considera o publicitário "um psicopata". Isso porque, segundo ela, Eduardo Tadeu Pinto Martins era "educadíssimo".
O publicitário de 47 anos, e sua mulher, a advogada Ieda Cristina Martins, de 42, foram presos na segunda (2) suspeitos de matar e ocultar o corpo zelador Jezi Lopes de Souza, de 63 anos. Ieda foi solta na terça-feira (3).
Jezi desapareceu no prédio onde trabalhava na sexta-feira (30) e seu corpo só foi encontrado nesta segunda em uma casa em Praia Grande, litoral de São Paulo.
“Eu moro no andar dele [do publicitário], via bastante ele. Ele era uma pessoa educadíssima. Ele fazia questão de ajudar, abria a porta do elevador, segurava uma sacola. Nunca vi uma briga dele com a mulher, nada", disse a professora aposentada Narcisa Gonçalves Borelli, de 61 anos. "Para fazer isso, para mim, o cara era um psicopata. [...] Eu tenho tanto medo de pegar o carro na rua e o bandido aqui do nosso lado.”
Em entrevista ao G1, Narcisa contou que pensou em vender o apartamento após o crime. "Eu falei pra minha filha 'vou vender, vou embora', mas ela me convenceu a ficar. Mas imagina se eles voltam pra cá? Aí é ruim."
Ainda que a mulher do publicitário, a advogada Ieda Cristina Martins, seja absolvida, ela não será bem recebida no prédio, segundo a professora. "Se ela voltar, não vai ter clima. O povo aqui vai reagir. Ela vai ter que vender e ir embora." Narcisa acredita que Ieda seja também culpada pelo crime. "Ela está mentindo. Se você é casado, você sabe. O apartamento aqui não é mansão, é médio, pequeno, e a mulher não sabia?", opinou.
Gritos
A vizinha contou que ouviu gritos enquano falava com a filha pelo telefone e que chegou a ver a porta da casa do suspeito sendo fechada. “Eu estava aqui no apartamento e ouvi uns gritos. Foram três gritos. Minha filha do outro lado da linha escutou e perguntou o que era. Eu fui e olhei no olho mágico ele fechando a porta. A porta é bem de frente, mas foi só isso”.
Religiosa, a professora disse que Deus a impediu de abrir a porta antes que Eduardo se trancasse com o zelador. "Graças a Deus eu não fui no primeiro grito. Fiquei parada. Deus me segurou. Imagina se eu tivesse aberto a porta, o homem podia ter me arrastado pra dentro.”
No dia seguinte, a filha do zelador perguntou à professora se ela tinha recebido a correspondência e disse que o pai dela estava sumido. "Eu me arrepiei todinha e meu coração gelou. Na hora lembrei dos gritos.”
O publicitário foi detido na casa em Praia Grande e, segundo a polícia, tentava queimar partes do corpo do zelador. A mulher dele se apresentou à polícia e nega participação no crime. O suspeito também diz que a mulher não participou do crime.
Crime
Imagens de elevador flagraram Eduardo saindo com a mala pouco mais de duas horas depois após a última imagem registrada do zelador, justamente saindo do elevador. Ieda saiu com o publicitário, e eles retornaram no sábado.
O delegado Egídio Cobo, responsável pela investigação sobre a morte de um zelador em São Paulo, disse que o publicitário suspeito de cometer o crime é “maquiavélico”. Segundo ele, , Eduardo e Jezi brigavam por coisas como a entrega do jornal e vagas na garagem. “Coisas banais, coisas de condomínio. Nem todos os condôminos aceitam a maneira de administrar”, afirmou o delegado, que é titular do 13º Distrito Policial de São Paulo, na Casa Verde.
Delegado da Quarta Seccional de São Paulo, Ismael Rodrigues esteve no local do crime e foi um dos primeiros que conversou com o suspeito. Segundo o publicitário, "a vítima bateu a cabeça no batente da porta e morreu, faleceu". A investigação aponta que, em seguida, Martins colocou o corpo dele em uma mala e fugiu para Praia Grande, no litoral paulista. "No domingo, passou a cortar a vítima com um serrote", afirmou Rodrigues.
O delegado seccional afirma ainda que inicialmente acredita que Ieda não tenha participado do homicídio, mas sim da ocultação de cadáver.
Ao chegar à casa em Praia Grande, policiais encontraram pedaços do corpo espalhados, em sacos plásticos. Outros ele tentou queimar e alguns, enterrar. “Ao redor da churrasqueira tinha alguma coisa queimando, baldes, serrote”, afirmou o delegado Egídio Cobo. "Ele é habilidoso, maquiavélico."
Para o advogado Robson Lopes de Souza, primo do zelador, tudo indica que o esquartejamento foi feito fora da residência do publicitário. “Provavelmente foi morto por asfixia no apartamento e, de lá, levado para a praia. A pessoa deixou o cadáver lá e voltou no dia seguinte. Todos esses dias ele esteve aqui [São Paulo] e voltou para lá [Praia Grande]”, disse. “Depois de voltar para lá hoje, foi para lá para eliminar o cadáver. Esquartejou e estava tentando colocar fogo.”
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