Manifestantes depredaram 26 ônibus e promoveram quebra-quebra.
Terminais Bandeiras e Praça A estão fechados; outros seis têm problemas.
Uma paralisação de motoristas de ônibus gera transtornos aos usuários do transporte coletivo nesta sexta-feira (16) na Grande Goiânia. Passageiros revoltados com a falta de atendimento começaram um protesto no início desta manhã, que resultou em quebra-quebra e depredação de, pelo menos, 26 ônibus, sendo 15 convencionais e 11 biarticulados do Eixo Anhanguera. Os terminais Bandeiras, no Jardim Europa, e Praça A, no Setor Campinas, estão fechados. Outros seis terminais estão com o atendimento comprometido. Até o final da manhã, quatro pessoas haviam sido detidas.
De acordo com a Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC), o atendimento no Terminal Bandeiras foi totalmente interrompido, depois que usuários quebraram lixeiras e depredaram 15 ônibus. O Batalhão de Choque da Polícia Militar foi acionado para garantir a segurança do local e, posteriormente, foi deslocado para o Terminal Praça A. A situação foi controlada por volta das 11h20, mas policiais militares permanecem em todos os terminais da Região Metropolitana.
Segundo a PM, alguns passageiros também tentaram saquear máquinas que vendem alimentos e bebidas durante o protesto. Quatro pessoas foram detidas e encaminhadas para o 20º Distrito Policial da capital. "Eles serão autuados por danos ao patrimônio Público", afirmou ao G1 o sub-tentente J. Carlos.
A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), que regula o transporte público na Região Metropolitana, diz que houve uma tentativa de incêndio contra um ônibus biarticulado do Eixo Anhanguera, que também está com operações suspensas.
Além do Terminal Bandeiras, segundo a RMTC, motoristas fecharam o Terminal Praça A, no Setor Campinas, em Goiânia, por volta das 10h30. Ainda há registro de problemas nos terminais Praça da Bíblia, na capital, e Cruzeiro, Garavelo, Veiga Jardim, Vila Brasília e Araguaia, em Aparecida de Goiânia, onde os ônibus circulam apenas por fora dos terminais.
Ainda de acordo com a RMTC, 131 linhas de ônibus das 272 que circulam na Grande Goiânia foram diretamente afetadas. Por dia, são atendidos cerca de 500 mil usuários. O órgão ainda não tem o levantamento de quantos passageiros foram prejudicados nesta manhã.
Reivindicações
De acordo com o Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo), a paralisação dos motoristas ocorre porque a categoria não aprova o acordo feito pelo Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo de Passageiros de Goiânia (Setransp) e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Goiás (Sindittransporte), representante legal dos motoristas, que concedeu um aumento de 7% ao salário dos funcionários.
Com o acordo, o salário dos motoristas, que era de R$ 1.445,14, foi reajustado para R$ 1.546,30 e o vale-alimentação, que era de R$ 375, passa a ser R$ 435. Representantes do Sindicoletivo afirmam que não foram convidados para participar das negociações entre motoristas e empresas e avaliam a possibilidade de decretação de greve. “A categoria reivindica que as empresas façam uma assembleia com os motoristas para que a categoria avalie qual deve ser o reajuste na remuneração”, afirmou ao G1 o advogado do Sindicoletivo, Nabison Santana Cunha.
Segundo o advogado, o Sindicoletivo lamenta os protestos registrados nesta sexta-feira. "Nós lamentamos esses atos da população. Não era a intenção da categoria provocar essa situação de quebra-quebra. Os motoristas também são tão vítimas dos problemas do transporte público quanto os usuários", ressaltou.
Procurado pelo G1, o presidente do Sindittransporte, Alberto Magno Borges, afirmou que o reajuste salarial de 7% foi amplamente discutido e aprovado pelos motoristas. "Fizemos consultas nas garagens, nos terminais de ônibus, com todos envolvidos. O Sindicoletivo não representa a categoria oficialmente e apenas tumultua as negociações. Não compactuamos com o ato promovido por eles hoje", ressaltou.
Já a assessoria de imprensa do Setranp informou que o órgão participou das negociações, juntamente com o Sindittransporte e com a anuência do Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT). Ainda segundo o sindicato, tudo feito "dentro da legalidade".
A CMTC ressaltou, ainda, que oficiou o MPT pedindo apoio na fiscalização em relação a possíveis movimentos grevistas sem a devida legalidade.
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