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sábado, 17 de maio de 2014

Depois de ser chamada de gorda em festa, mulher emagrece mais de 40 kg

Érwelley parou de se pesar quando chegou aos 107 kg; hoje ela pesa 67 kg.
'Só quem é obeso sabe como é sofrido as pessoas te apontando o dedo', diz.




Era para ser um dia de festa, mas bastou Érwelley botar o pé no buffet para o tio – o palhaço oficial da família – gritar lá de longe: "Escondam a comida que a gorda chegou". Todo mundo riu da "brincadeira", menos a “gorda” em questão. A escritora Érwelley Cardoso de Andrade tinha mais ou menos 25 anos na época, dois filhos, 1,68 m de altura e não sabe dizer ao certo quanto estava pesando.
Na última vez em que subiu numa balança antes deste episódio, o ponteiro chegou aos 107 kg. Ela parou de se pesar, mas levou quase um ano para começar a mudar seus hábitos – o que ocorreu depois da fatídica festa. "Ele falou em tom de brincadeira, mas aquilo acabou comigo. Eu falei para mim mesma: 'cansei de ouvir isso, não quero me sentir tão mal'. Depois deste episódio horrível, eu montei um programa de caminhada e exercícios e comecei a seguir bem direitinho. Comecei a fazer todos os dias, de segunda a sábado", conta.
Durante cinco anos, a escritora tentou emagrecer, sem sucesso (Foto: Arquivo pessoal/Érwelley Andrade)
Durante cinco anos, ela tentou emagrecer, sem sucesso
(Foto: Arquivo pessoal/Érwelley Andrade)
Ela também mudou "100% a alimentação": reduziu as quantidades, passou a controlar os horários, incluiu fibras, eliminou doces e refrigerante e aumentou a quantidade de verdura. "Mudei completamente. Eu comia descontroladamente de madrugada, comia a qualquer hora, não tinha noção de quantidade. Minha ansiedade me controlava de maneira tremenda."
Érwelley não foi uma criança gorda, nem tem histórico de obesidade na família. Ela começou a ganhar peso gradativamente e não conseguia emagrecer. "Passei quase cinco anos num quadro de obesidade. Eu não cuidava mais de mim. Tentava todo tipo de dieta, vivi o efeito sanfona diversas vezes. Fiquei tão depressiva que desisti de tentar emagrecer. Tudo dava errado, me decepcionei muito. Parei de estudar, de trabalhar, fiquei só em casa, e isso me levou a uma depressão maior. Eu só comia", relata. Neste processo, ela conta que passou por vários nutricionistas, foi a dois endocrinologistas e fez até uso de sibutramina. "Quase morri, tive vários efeitos colaterais."
Com as mudanças na alimentação e a atividade física regular, a escritora emagreceu 17 kg em três meses, 30 kg em um ano e meio e 45 kg no total. Agora ela está no caminho inverso – o de ganhar peso, mas sob a forma de massa magra, já que treina musculação pesado. "Agora estou pesando 67 kg, mas meu percentual de gordura baixou bastante. Meu objetivo é definir cada vez mais e ganhar mais massa magra. (...) Em julho, faz quatro anos que estou na academia. Nunca passei mais que dois dias sem malhar. A cada dia mais me apaixono mais pela musculação, pelo meu estilo de vida", diz.
O tio gaiato convive diariamente com Érwelley e diz que foi ele que a salvou. "Eu fiquei chateada, mas serviu para eu acordar, serviu como estalo. Tinha 25 anos e estava praticamente morta. Só quem é obeso sabe como é sofrido as pessoas te apontando o dedo, te culpando pelo excesso de peso, mas há outros fatores por trás da obesidade. A sociedade nos obriga a lutar pela aparência. Mas se a gente está infeliz, é possível mudar. Eu não acreditava, mas fechei o olho e segui em frente. As pessoas têm que acreditar."
A escritora, mãe de dois filhos, hoje treina musculação pesado e quer aumentar massa magra (Foto: Arquivo pessoal/Érwelley Andrade)A escritora, mãe de dois filhos, hoje treina musculação pesado e quer aumentar massa magra (Foto: Arquivo pessoal/Érwelley Andrade)

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