Em depoimento, suspeita de matar menino disse ter sido paga por madrasta.
Objetivo é buscar transação suspeita feita por Leandro e Graciele Boldrini.
A Polícia Civil pediu a quebra do sigilo bancário do pai e da madrasta de Bernardo Boldrini, de 11 anos, encontrado morto no Norte do Rio Grande do Sul, como mostra reportagem do RBS Notícias (confira no vídeo). O médico Leandro Boldrini e sua mulher, a enfermeira Graciele Ugolini Boldrini, estão presos por suspeita do assassinato, bem como a assistente social Edelvania Wirgsnovickz, amiga do casal.
De acordo com a Polícia Civil, o garoto foi morto no dia 4 de abril com uma injeção letal, o que ainda deverá ser confirmado pela perícia. O corpo foi encontrado 10 dias depois enterrado em um matagal em Frederico Westphalen. A criança morava com o pai, a madrasta, Graciele Ugolini Boldrini, e a irmã de um ano de idade, filha do casal, em Três Passos, no Noroeste gaúcho. Os suspeitos estão em local não revelado pela polícia por medida de segurança.
O objetivo da quebra do sigilo é apurar uma informação dada em depoimento por Edelvania. Ela afirmou ter recebido de Graciele R$ 6 mil, como adiantamento de um total de R$ 20 mil, para colaborar com o crime. A polícia tentará identificar alguma transação suspeita e, se for o caso, descobrir a origem do dinheiro destinado à amiga do casal.
Graciele disse também que a madrasta aplicou a injeção letal na veia do braço esquerdo do menino e jogou soda no corpo, com o objetivo de acelerar a decomposição. Ainda de acordo com o depoimento, as duas enterraram o menino sem saber se ele estava morto.
Escola prepara volta às aulas
Na escola onde o menino estudava, professores e alunos se preparam para retornar às aulas depois de três dias de luto. A psicóloga Fabiane Angelo, que trabalhou no atendimento a sobreviventes e familiares de vítimas do incêndio na boate Kiss, presta auxílio psicológico em Três Passos, e ajudará na volta às atividades na escola.
"A gente vai poder falar sobre o que aconteceu, sobre o que as pessoas estão sentindo, sobre como eles pensam em se preparar para receber os alunos. Essa é a ideia nesse primeiro momento”, diz a psicóloga Fabiane Angelo, que foi ao local na manhã desta segunda-feira (21) para conversar com professores e com direção da instituição.
Entenda o caso
Segundo a família, Bernardo havia sido visto pela última vez quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
Depois de o pai registrar o desaparecimento do menino, a polícia começou a investigar o caso até encontrar o corpo, na segunda-feira (14). De acordo com a delegada Caroline Virginia Bamberg, a investigação dirá se a vítima foi dopada antes de ser morta.
De acordo com a polícia, no início da tarde do dia 4 de abril a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. A mulher trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
"O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada", relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
A delegada diz que a polícia tem certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino. "Precisamos identificar o que cada um fez para a condenação", afirmou Caroline.
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