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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Polícia Civil diz que já sabe caminho percorrido por DG antes de morrer

Delegado acha 'impossível' que jovem tenha sido atingido por bala perdida.
Polícia investiga se DG tinha ligação com traficantes de comunidade.


A Polícia Civil afirmou nesta quinta-feira (24) que já sabe o caminho que o dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, percorreu dentro do morro Pavão-Pavãozinho antes de morrer, na madrugada de terça-feira (23). O delegado Gilberto Ribeiro, da 13ª Delegacia, não quis revelar o percurso para não atrapalhar as investigações. A polícia também está investigando a relação do dançarino com o traficante Adauto Nascimento, o Pitbull, que comandou o tráfico de drogas na comunidade, conforme mostrou o RJTV.
Policiais estiveram na comunidade nesta quinta para coletar novas informações que ajudem a esclarecer o crime. Segundo a polícia, o dançarino não foi vítima de bala perdida. “Se você quer chegar a conclusão de que uma bala perdida atingiu Douglas que estava passando lá atrás é impossível. Tirar essa conclusão é viagem”, afirmou o delegado Gilberto Ribeiro.
Durante a investigação no morro, os policiais estiveram em uma quadra na creche e em casas vizinhas ao local. O delegado disse que já ouviu o depoimento  de oito, dos nove policiais militares que participaram do confronto. Na tarde desta quinta, as armas dos policiais — seis fuzis e dez pistolas — foram levadas para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli.
Segundo a polícia, a bala que matou o dançarino ainda nao foi encontrada, o que impossibilita o exame de confronto balístico. "Ainda não temos condições de concluir em que momento ele teria sido baleado", disse Ribeiro.
De acordo com o laudo do exame de corpo de delito, a bala atingiu as costas de DG, perfurou o pulmão e saiu pelo braço direito. Ribeiro explicou porque, no primeiro momento, a perícia informou que não havia perfuração no corpo do dançarino.
"Foi um comentário que o perito fez no local para os nosso policiais, que não teria encontrado.Mas quando a pessoa está machucada e existem crostas de sangue, é difícil para um perito que não vai lavar o corpo identificar um orifício de entrada ou de saída. Isso não necessariamente é uma falha da perícia, é uma contingência da situação", disse o delegado.
O laudo do IML também indica que DG tinha várias escoriações, no rosto, joelhos, cotovelos , punhos e no tórax. "Aquela situação de tortura, espancamento, a gente não consegue afirmar no primeiro momento", explicou Ribeiro.
A mãe de Douglas, Maria de Fátima Silva durante velório do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, no Cemitério São João Batista, zona sul do Rio de Janeiro (RJ) (Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)A mãe de Douglas, Maria de Fátima Silva durante velório do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, no Cemitério São João Batista, zona sul do Rio de Janeiro (RJ) (Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Após analisar o laudo da necropsia, o legista Levi Monteiro, comentou sobre as hipóteses de Douglas ter sido torturado. "As escoriações na face, nariz, região frontal, na face direita, eu vejo como plenamente explicáveis pela queda dele no muro no momento que foi atingido. Não vejo ali possibilidade de espancamento", afirmou.
O delegado comentou ainda a acusação da mãe do dançarino, Maria de Fátima Silva, sobre o local do crime ter sido lavado. Segundo ela, os documentos de Douglas estavam molhados. "A gente não sabe o local de onde ele saltou. Se o local era molhado quando ele estava lá. A gente não sabe se ele se urinou. Mas aparentemente ele não estava com as roupas molhadas nem cabelo molhado. Agora eu posso dizer que o local não foi lavado, os vestígios estão todos ali visíveis, pra quem quiser ver", afirmou.
Ribeiro também informou que a Polícia Civil soube do tiroteiro na comunidade às 5h de terça-feira. "Nós recebemos por volta de 5h da manhã, a notícia do confronto que teria ocorrido por volta das 2h. Nós fizemos o registro. Requisitamos o comparecimento da perícia, por causa do confronto. Para o perito chegar lá nós precisvamos que os próprios policiais militares nos indicassem o local do confronto. Avisamos a UPP que íamos lá com a perícia. O comando da UPP mandou uma equipe para guarnecer o local à nossa espera, e esses policiais antes. Nos informaram quando a perícia estava chegando. A perícia chegou às 11h", completou.
O delegado também explicou o andamento das investigações sobre o envolvimento de DG com traficantes do Pavão-Pavãozinho. "É difícil a gente afirmar uma coisa como essa mas as pessoas que moram em comunidades como essa acabam se relacionando com pessoas ligadas a essa quadrilha de traficantes. Então, é possível que haja essa ligação, qual não é possível afirmar nesse momento. Os policiais desse confronto dizem ter identificado o Pitbull.

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