Grupo cercou comandante da região central durante confusão após ato.
Vídeo veiculado no YouTube mostra chutes e outras agressões contra PM.
Um vídeo veiculado no YouTube mostra a agressão sofrida pelo coronel Reynaldo Simões Rossi, comandante do policiamento da área Centro, durante tumulto na noite desta sexta-feira (25) na região do Terminal Parque Dom Pedro II. Rossi teve a clavícula quebrada na agressão cometida por um grupo de black blocs durante uma manifestação que começou pacífica em frente ao Teatro Municipal. Ele deixou o Hospital das Clínicas neste sábado (26), segundo a Polícia Militar.
O vídeo, intitulado “Coronel Da Policia Militar é Agredido em São Paulo 25/10/13”, é possível ver o coronel sendo cercado por um grupo. Mascaradas, algumas pessoas o agridem com pedaços de madeiras e chutes. O comandante tenta se desvencilhar dos agressores e corre. Não é possível identificar o nome do autor da postagem do vídeo do YouTube, que pode ser visto na íntegra acima.
A agressão ocorreu no Terminal Parque Dom Pedro após um tumulto generalizado durante a manifestação convocada pelo Movimento Passe Livre (MPL). O ato reivindicava tarifa zero no transporte públicos e a volta de linhas de ônibus extintas na periferia. O MPL disse que o ato que encerrava a "Semana de Luta por Transporte Público" reuniu 4 mil pessoas. No começo do ato, a PM estimou em 600 o total de participantes.
Roubo de arma
Durante a agressão, o coronel da PM teve a sua pistola .40 e um rádio comunicador roubados, segundo nota da PM. O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Maurício Souza Blazeck, disse ao G1 que aos menos duas pessoas foram presas suspeitas da agressão ao oficial. A Secretaria da Segurança Pública informou que um soldado que auxiliava e dirigia o carro do coronel no momento da confusão também ficou ferido. É ele que aparece em fotos (como a veiculada acima) com uma arma na mão.
O delegado-geral explicou que a agressão aos dois ocorreu durante uma tentativa de diálogo com os manifestantes. "Ele [coronel Reynaldo] parou com motorista dele e saiu da viatura com o motorista para tentar dialogar para evitar destruir ônibus no Terminal Parque Dom Pedro. Uma dúzia veio para cima, com pau. Quase lincharam os dois. Têm dois suspeitos presos como possíveis autores da agressão", disse o delegado-geral Luiz Blazeck.
Os detidos estão no 2º Distrito Policial e foram indiciados por tentativa de homicídio e associação criminosa. Segundo o comandante da PM, coronel Benedito Roberto Meira, os presos são: Paulo Henrique Santiago dos Santos e Rafael Martins de Oliveira Matta. A equipe de reportagem não conseguiu localizar os advogados dos suspeitos para comentarem o assunto. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, Paulo tem 24 anos e é comerciário.
No total, 92 pessoas foram detidas e levadas para delegacias após a confusão. Apenas os dois suspeitos de participar da agressão ao coronel continuavam presos neste sábado.
Tumulto
O tumulto começou no início da noite, após uma passeata pacífica que percorreu ruas da região central de São Paulo. Quando o grupo chegou ao Terminal Dom Pedro II, invadiu o espaço reservado aos passageiros e algumas pessoas iniciaram a depredação.
Mascarados danificaram 15 caixas eletrônicos, colocaram fogo em um ônibus e destruíram os vidros de outro. Vários coletivos foram pichados e grades e bilheterias, quebradas. O terminal precisou ser fechado por causa da confusão.
A PM divulgou nota neste sábado para informar que foram quebrados dentro do terminal: orelhões, extintores, catracas, 15 caixas eletrônicos, bilheterias, banheiros e quiosques. Mascarados roubaram cerca de R$ 1,5 mil de uma cabine que vendia cartões telefônicos.
Na região da Rua 25 de Março, portas de todas as lojas foram amassadas na Ladeira General Carneiro com a Praça Manoel da Nóbrega. Na loja Ibis, os vidros quebrados e paredes pichadas. Agências bancárias, como Santander, HSBC, Bradesco, Itaú e Safra, além da Defensoria Pública e Edifício Cidades também tiveram os vidros quebrados.
Na Rua Álvares Penteado, foram quebrados os vidros da Subprefeitura Sé e do Magazine Luiza. Na Rua Rangel Pestana, o banco Santander também teve os vidros quebrados. A AES Eletropaulo, na Rua Tabatinguera, foi pichada. Diversas lixeiras e orelhões foram destruídos.
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