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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Advogado pede habeas corpus para suspeita de morte na Unicamp


"A Maria agiu em legítima defesa', atesta o defensor Felipe Ferracioli. 
Casal suspeito de matar universitário foi indiciado por homícidio doloso. 



A defesa de Maria Tereza Peregrino, suspeita da morte do universitário Denis Papa Casagrande, de 21 anos, durante uma festa no campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), entrou nesta quarta-feira (2), com um pedido de habeas corpusno Tribunal de Justiça (TJ) do Estado de São Paulo. A tese de legítima defesa continua sendo defendida.
"Nada mudou depois que analisamos o inquérito. A Maria agiu em legítima defesa porque o Dênis partiu para cima dela. O inquérito é a versão do delegado e isso será discutido no processo", disse o advogado Felipe Ferraioli.
A jovem e o namorado Anderson Mamede, suspeito de coautoria do crime, foram indiciados por homícidio doloso, quando há intenção de matar. Eles tiveram a prisão temporária de 15 dias decretada pelo juiz da 1ª Vara do Júri, José Henrique Rodrigues Torres, no dia 27 de setembro, seis dias após o crime. O estudante morreu após uma facada, que atingiu o coração.
O advogado Rafael Pompermayer, que também defende a atendente de telemarketing, confirmou que pediu ao delegado Rui Pegolo, responsável pelo inquérito, que seja feito um exame toxicólogico na vítima. "Estamos perseguindo a verdade, queremos saber se ele estava sob efeito de drogas ou álcool". Na tarde de terça-feira, Maria Tereza  foi transferida da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas para a cadeia feminina de Paulínia (SP).

Laudo
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que a morte do universitário foi causada por uma facada que atingiu o coração e, de acordo com Rui Pegolo, o universitário sofreu "anemia aguda" após receber o golpe. O documento também aponta que a perfuração na vítima foi de 1,5 centímetros e ela apresentava hematomas no rosto, além de escoriações pelo corpo. Caso sejam condenados, os suspeitos, ambos de 20 anos, podem receber pena que varia de seis a 20 anos de prisão.

Na manhã de terça-feira 1º), Mamede voltou ao Setor de Homicídios, onde prestou depoimento por uma hora. Sem dar declarações à imprensa, ele passou por exames no IML e na sequência foi levado para a cadeia anexa ao 2º Distrito Policial de Campinas. Pegolo não comentou o conteúdo do relato, mas adiantou que espera finalizar o caso até sexta-feira (4). Ele já ouviu pelo menos 24 pessoas desde a abertura do inquérito.
O suspeito relatou à polícia ter batido no universitário com um skate e admitiu terforjado uma facada na própria perna, por medo de ser alvo de linchamento por outros jovens presentes na festa. Durante o processo, ele deve ser orientado por um defensor público.

'Calmo e tranquilo'
O universitário cursava o 2º ano de engenharia de controle. A mãe dele, Maria Lurdes Papa Casagrande, esteve na delegacia no dia 24 de setembro e negou a hipótese de que o filho tenha provocado a suposta agressora. "Ele era um menino calmo, tranquilo, da paz", afirmou.

Nas redes sociais, amigos de Casagnrade também saíram em defesa do rapaz. "Quem o conhecia sabe muito bem que Denis nunca apresentou histórico de comportamento desrespeitoso como o que tem sido veiculado. Além do mais, nunca participaria de uma 'briga' como essa e tampouco por uma garota totalmente desconhecida", escreveram. A vítima foi enterrada em Piracicaba (SP), onde reside a família.

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