Manifestantes defenderam liberdade sexual e protestaram contra abuso.
Parte do público repudiou ação, mas trajeto foi feito sem conflitos, diz grupo.
Um grupo de aproximadamente 50 manifestantes, segundo estimativa da Polícia Militar, participou neste sábado (28) em Ribeirão Preto (SP) da “Marcha das Vadias”, defendendo a liberdade sexual feminina, a legalização do aborto e políticas públicas de combate à violência contra a mulher. A data para o protesto - que surgiu no Canadá - foi escolhida para coincidir com o Dia Latino-Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto. Segundo as integrantes do protesto, o percurso pelas ruas do centro da cidade chegou a ser repudiado por parte do público, mas não registrou ocorrências de agressão.
Mobilizadas pela Frente Feminista de Ribeirão Preto e por outras organizações sociais, as participantes se concentraram em frente ao Theatro Pedro II a partir das 10h, com cartazes e corpos pintados com mensagens de protesto. Além de manifestantes com lingerie à mostra, o protesto teve participação de homens usando saias e crianças - filhas de integrantes do ato.
Foram repudiados o preconceito sexual e a atual legislação que regulamenta o aborto para casos específicos, como para mulheres que engravidaram vítimas de abuso sexual. “O Brasil não tem uma legalização completa sobre o aborto. Abrange só mulheres que foram estupradas, com bebês anencéfalos e mulheres que correm risco de vida. A gente quer a descriminalização do aborto. Isso também é uma tomada de liberdade da compreensão de que a mulher é dona do seu corpo”, afirmou a professora de história Helena Ferreira, de 24 anos, integrante da Frente Feminista de Ribeirão.
Ela confirmou que este foi o primeiro protesto da Frente Feminina na cidade. A polêmica em torno do aborto e os problemas relacionados à violência contra a mulher também são observados em Ribeirão, afirma a professora, que periodicamente se reúne com outras adeptas da “Frente” para discutir questões de interesse feminino. “Em Ribeirão Preto há discriminação com relação aos médicos que fazem o aborto, considerados assassinos.”
A marcha seguiu pelas principais ruas do Centro e passou pela Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto, local escolhido, segundo as manifestantes, para simbolizar a opressão religiosa contra a mulher em questões controversas como o aborto. “Isso não significa que a gente está falando para as pessoas não terem religião, mas elas podem sim saber que aquilo que a religião dela fala pode oprimir ou não, e contestar”, disse Helena.
Segundo a estudante de geografia Bella de Castilho, de 25 anos, também integrante da Frente Feminista, o ato vem sendo articulado desde junho e cumpriu seu objetivo, mesmo com a baixa adesão de manifestantes neste sábado. “O interesse nem é atrair tanta gente, e sim construir qualitativamente a ‘Marcha das Vadias’ e mandar uma mensagem para Ribeirão Preto”, afirmou.
Além da passeata, a “Marcha das Vadias” em Ribeirão teve programação cultural com apresentações musicais e de teatro gratuitas durante este sábado.
Origem do protesto
A Marcha das Vadias teve origem no Canadá com o nome ‘SlutWalk’. Começou em Toronto, quando alunos de uma universidade resolveram protestar depois que um policial sugeriu que as estudantes deveriam evitar se vestir como “vagabundas” para não serem vítimas de abuso sexual ou estupro.
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