De um lado, a italiana pizza. Do outro, o sabor do Líbano. Os sabores importados são vizinhos na rua Bom Pastor, que já está conhecida como centro de gastronomia de Campo Grande, cidade que nesta segunda-feira (26) completa 114 anos. A via fica no Villas Boas, tem comida para todos os gostos e bolsos e agrada quem mora lá perto e até quem anda quilômetros para chegar.
"Ficou fácil para gente que mora aqui perto. Não precisa ficar pedindo em casa e a variedade não deixa ficar aquela coisa enjoativa", define o advogado Rodrigo Pina, 24 anos, frequentador dos restaurantes que oferecem de cachorro-quente a rodízio de comida oriental.
Os restaurantes estão distribuídos em aproximadamente dois quilômetros da via, que divide vários bairros. Há massas; sobá; sanduíches, dos tradicionais ao árabe; porções; espetos; comida oriental. Quem optar por uma opção mais em conta, pode ir nos trailers que ficam na Praça do Peixe, com cardápio semelhante.
Por que?
Localização, moradores com bom poder aquisitivo e a carência de locais em que as pessoas pudessem ir jantar. São estes os principais motivos que fizeram empresários optar por investir no bairro em vez da área central.
"A rua corta vários bairros. O movimento ajudou", fala Alexandre Silva de Paula, há cinco anos dono de uma pizzaria na Bom Pastor. "No começo, não foi nada fácil", afirma.
Paula conta que ele e o pai perceberam que não havia, na região, uma pizzaria em que as pessoas pudessem ir comer, somente locais com sistema disque-entrega. Eles já pensaram em desistir após prejuízos, mas hoje comemoram a persistência no negócio. "Fomos conquistando os clientes. Antes eram três funcionários, hoje são 42".
E os clientes são de todos os cantos da cidade. "A maior parte deles é da região, mas tem um porcentagem boa de fora", fala.
Vizinho da pizzaria está o comércio de sanduíches árabes. "Aqui é tudo árabe mesmo, inclusive o tempero, que vem do Líbano", afirma o proprietário, Marcos Mariotti. Ele explica que há dois anos adaptou uma residência em lanchonete e não se arrepende. "Tenho clientes que vêm comer aqui e muitas entregas. Entregas que vão para bairros bem longe".
Mariotti conta que optou pela Bom Pastor porque lá não havia outro estabelecimento que vendesse produto semelhante ao dele, além de a via já estar conhecida como ponto de gastronomia. "A gente viu a rua Bom Pastor como um centro gastronômico. E também optamos pela região por ser um bairro residencial".
Há dois anos Paulo Veiga fechou o restaurante que tinha no bairro Rita Vieira e se mudou para a rua Bom Pastor. "Aqui se tornou um centro de gastronomia. Cada restaurante é de um segmento e atingimos todos os públicos", resume.
Frequentam os restaurantes pessoas de todas as idades. Adolescentes, por exemplo, dizem que, com o comércio ao lado de casa, ficou mais fácil passear. "Foi muito legal terem aberto esses restaurantes aqui. Antes não tinha muita coisa para fazer. Não precisa atravessar a cidade para fazer alguma coisa", diz a garota de 14 anos.
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