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domingo, 14 de julho de 2013

'Fui ao primeiro Rock in Rio de licença médica após cirurgia', conta roqueiro

Ele e mais 15 amigos alugaram um trailer e viajaram para o Rio de Janeiro, em 1985. Conheça esta e outras histórias do radialista prudentino César Crepaldi


Bancário e de licença médica por 30 dias após uma cirurgia no joelho. Esse não seria um período propício para se planejar uma caravana, mas foi a única oportunidade que o roqueiro prudentino e radialista César Crepaldi, o Cesinha, teve para reunir 15 amigos, alugar um trailer e ir para a primeira edição do Rock in Rio, no Rio de Janeiro, em 1985.
Enquanto os colegas de trabalho da agência pensavam que o bancário estava em casa, ele aproveitava um dos maiores eventos que marcava a história dos festivais de rock no mundo.  Na época, um jornal da cidade publicou uma nota sobre a ida dos jovens ao evento, no entanto, o nome de Cesinha era o único que não constava na publicação, já que ninguém podia ficar sabendo de sua viagem. (Veja a publicação na galeria ao lado)
Hoje, aos 51 anos e com muitas outras experiências, ele diz: “Não me arrependo, o que ficam são as histórias”.
Foi em uma dessas viagens que o prudentino encontrou o baixista da banda Iron Maiden, Steve Harris, em uma rede de comida fast food em São Paulo. “Estava perto de o show começar e ele deve ter imaginado que todo mundo já estaria no show, mas eu e o pessoal da caravana ficamos andando e quando fomos comer, o encontramos. Ele foi super atencioso, nos atendeu, tiramos foto, foi uma experiência legal”, recorda-se.
Casado, com três filhos, vocalista da Banda Crusader há 15 anos e radialista há mais de 20, Cesinha conta como o rock influenciou sua vida. Motivado pela paixão, já nos anos de 1970, ele relata que foi o seu gosto musical que o levou até as ondas do rádio. “Naquela época, o rock era a música popular, tudo era rock, era febre. E eu, desde então, comecei a acompanhar o estilo pelas rádios”, conta Cesinha.
Em uma de suas “andanças” pelas frequências, ele descobriu o programa carioca “Sessão Macabra”, da Rádio Guanabara. “Foi assim, ouvindo programas que quis ter o meu”, relata. E com apenas o gosto pelo estilo no currículo, o prudentino foi até uma rádio da cidade e pediu para que apostassem em seu sonho.
“Cheguei lá e perguntei se eu podia fazer um programa e disseram que era possível, pois a rádio estava em fase experimental. Levei meus discos e comecei com ‘Tardes do Rock’, que ficou quatro meses no ar”, relembra.
Desde então, entre o trabalho no banco e excursões para shows de rock, Cesinha foi se tornando cada vez mais conhecido e, em 1988, recebeu o convite para comandar um programa de rock. Foi nessa época que nasceu o Stage Diving, um projeto criado pelo próprio roqueiro e que é apresentado por ele até hoje.
Rock e Preconceito
No entanto, a história do rock nem sempre foi fácil. Durante a virada dos anos de 1960 para 1970, havia ainda uma herança de que roqueiro era marginal. Mas foi a forma como Cesinha levou a música que desmistificou todo o preconceito. “Naquela época era complicado, sim. Quem gostava de rock não era bem visto, mas eu tratava a música com respeito”, conta.
E para manter a sua paixão, além do programa de rádio que alcança amantes da música de Prudente e região, ele ainda reúne amigos em um fã clube do Kiss. “Vou aos shows de cara pintada, é divertido”. E nas caravanas para festivais, pais acabam confiando seus filhos ao roqueiro prudentino. “Levo a garotada para os shows, é legal ver como as pessoas confiam, pois a forma como trato a música é realmente com respeito”, enfatiza, orgulhoso.
Hoje, com a vida movimentada ao som de muito rock’n’roll, Cesinha consegue viver de uma grande paixão e levar às novas gerações a experimentar um pouco do que já viveu, seja através das ondas do rádio, das caravanas a shows ou um simples bate-papo. 





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