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domingo, 12 de maio de 2013

No Dia das Mães, Elza Utino revela a satisfação de atuar como pediatra


Com três filhos já adultos, dois deles médicos, ela conta que durante toda sua carreira teve centenas de filhos de coração


Ela escolheu trabalhar com crianças e está em contato diretamente com dezenas de mamães todos os dias, seja no consultório, no hospital, em postos de saúde ou em projetos sociais. Para homenagear as mães no dia delas, oPerfil desta semana é com a médica pediatra Elza Utino, que já perdeu as contas de quantas crianças cuidou ou de quantos alunos de medicina ensinou, mas garante que sua relação com todos eles sempre foi especial e a ajudou a ser a profissional realizada e feliz com o que conseguiu construir na sua carreira e na pediatria de Presidente Prudente.

A Dra. Elza nasceu em Mirandópolis (SP) e se mudou para Prudente no início dos anos 80. Quando veio para a cidade, acompanhando seu marido, também médico, já havia concluído a faculdade de medicina em Minas Gerais e finalizado a residência em pediatria em São Paulo. Ou seja, chegou ao Oeste Paulista pronta para colocar em prática todos os sonhos que borbulhavam na sua cabeça sobre pediatria social durante os anos de residência. Mas ela revela que sua vida profissional poderia ter tomado um rumo totalmente diferente.

“Eu queria fazer cardiologia. Porém, passou pelo meu caminho um professor que falou que eu não tinha perfil de cardiologia e que eu me daria muito melhor na pediatria. Na época eu fiquei meio brava com ele, mas eu sempre fui de ouvir conselho dos mais velhos e confiar na experiência deles, então, resolvi experimentar. Hoje eu vejo que foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida”, revela.

Foi em Prudente que a Dra. Elza começou a ter contato direto com a pediatria social, área que trabalha até hoje. Ela começou a atuar no Centro de Saúde e em um hospital da cidade que já não existe mais, o São Sebastião.

“No Centro de Saúde e nas creches comecei a fazer a parte preventiva através de uma pediatria diferente, em programas sociais. Tive sorte de encontrar pessoas que apoiavam esse trabalho e só me ajudaram a crescer com ele desde o começo, inclusive através das Secretarias Municipais de Saúde e Educação da época. Começamos então a fazer educação em saúde sempre com o pensamento de que a saúde da criança vai bem se a família conhece essa saúde”, explica.

Ela conta que aos poucos as autoridades de Prudente e a população toda começaram a entendercomo funciona o trabalho da pediatria social. Foi dessa maneira que aconteceu algo que ela considera muito importante para enriquecer ainda mais esses projetos: o convite para coordenar a pediatria da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp), pertencente à Universidade do Oeste Paulista (Unoeste).

“A partir daí eu não estava mais sozinha nos atendimentos, comecei a levar os alunos comigo para trabalhar na área social. Quando introduzimos os alunos, começou a ficar muito mais interessante, pois as informações para as mães não vinham de apenas uma pessoa, agora uma quantidade grande de estudantes estavam ali para olhar e orientar cada uma de maneira mais cuidadosa”, revela.

A vinda do Hospital Estadual para Presidente Prudente só somou para o projeto de pediatria social na cidade, segundo a médica, já que no local foi possível desenvolver trabalhos como o incentivo ao aleitamento materno, a valorização da UTI Neonatal, mãe canguru, alojamento em conjunto com mães e filhos, entre outros programas.

“A partir daquela época começamos a ver o resultado sobre a diminuição da desnutrição infantil. Vimos de perto a medicina ter um avanço muito importante dentro da pediatria, ou seja, não era somente a pediatria melhorando, eram vários segmentos da sociedade mostrando resultados positivos”, salienta.

Já com o Hospital Regional, Dra. Elza revela que se realizou dentro da profissão, já que no local teve a oportunidade de poder trabalhar também com crianças maiores no ambulatório e na enfermaria, além, é claro, da maternidade.

“Atualmente formamos uma equipe de 34 pediatras no Hospital Regional. Temos a UTI Pediátrica, o Pronto-Socorro é resolutivo. Além disso, não trabalhamos somente entre pediatras, contamos com profissionais da enfermagem, da fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia e médicos de todas as especialidades fazendo uma interação importante nos atendimentos. Fazemos uma medicina que não cuida apenas do corpo, pensamos na criança como um todo”, fala.

De médica para mãe

Elza Utino tem 60 anos, é casada com um médico cirurgião e teve três filhos, dois deles já se formaram em medicina e seguiram a especialidade de ortopedia. O outro foi para a área de direito e, atualmente, os três vivem juntos em São Paulo.

“Meus filhos viveram dentro do hospital e das salas de aula, entre os alunos de medicina. Meu marido sempre me deu apoio e nunca reclamou sobre minha rotina. Já minha mãe, com 88 anos, sempre se mostrou preocupada com meu excesso de trabalho, mas aceitou e se acostumou desde cedo. Eu falava para ela que tinha a missão de cuidar dessas crianças e pedia para ela me deixar trabalhar. Eu tenho uma família que me traz muita felicidade e me apoiou a vida inteira”, conta.

Apesar dos três filhos de sangue, a Dra. Elza revela que teve muito mais filhos de coração durante a carreira e que sente satisfação em receber o retorno não somente dos alunos que viu se formar e até mesmo os que se apaixonaram pela pediatria e seguiram a área, mas, principalmente, em receber o carinho de pacientes, muitos deles já adultos, mas que a reconhecem em qualquer lugar e vão abraçá-la emocionados.

“Sempre trabalhei mais com o SUS, tenho consultório, mas me dediquei mais ao outro lado. Então, de vez em quando ando pela rua e começo a prestar atenção e penso eu já cuidei daquele garoto e muitas vezes alguns me abordam e me chamam, perguntando se eu me lembro deles, agradecendo os atendimentos e o cuidado que tive com eles”, fala.

Sobre o futuro, a médica salienta que pretende continuar trabalhando, mas que já está no momento em que as funções estão sendo passadas aos poucos para outros profissionais, já que um dia terá que parar.
“A minha geração de médicos conseguiu deixar uma herança muito boa para os futuros profissionais. Se nós conseguimos chegar até aqui, tenho certeza que eles realizarão muito mais. Então, eu confio nessa nova geração e sei que a pediatria estará em boas mãos”, finaliza.

O Dia das Mães da Dra. Elza Utino será comemorando mais um ano de vida de sua mãe ao lado dela, de seu marido e de seus três filhos, em São Paulo.

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