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segunda-feira, 25 de março de 2013

Fibromialgia: entenda a doença que causa dores insuportáveis na Chiquinha do seriado “Chaves”

Problema é oito vezes mais frequente em mulheres do que em homens


A atriz mexicana Maria Antonieta de las Nieves — a Chiquinha do seriado Chaves — postou em seu Twitter no último dia 18 de março a seguinte frase: “são 5h17 da madrugada e não consigo dormir, mesmo tomando meu remédio. Problemas? Sim, amanhã para me levantar". O desabafo é resultado das dores que sente por todo o corpo em decorrência da fibromialgia.
Caracterizada por dor crônica no corpo, especialmente nas articulações e tendões, a fibromialgia é uma condição que acomete até 10% da população em alguns países, como Reino Unido e Noruega, e 2,5% dos brasileiros, o equivalente a 4,5 milhões de pessoas. Embora pareça uma porcentagem baixa, o quadro clínico impacta diretamente na qualidade de vida do paciente, conforme explica o reumatologista Antonio Collado, coordenador da unidade de Fibromialgia do Hospital das Clínicas de Barcelona, na Espanha.
—Os efeitos dessa doença são muito relevantes para os pacientes e até seus familiares, tanto em termos de sofrimento humano como das limitações funcionais.
De acordo com uma pesquisa realizada no Brasil, México e Venezuela em 2011, 91% dos pacientes com fibromialgia reclamaram que a doença afeta a qualidade geral de vida, sendo que 79% apontaram dificuldades na mobilidade física e 67% destacaram que o ânimo é prejudicado em decorrência dos sintomas.
Apesar de a causa ainda ser desconhecida, o reumatologista Milton Helfenstein Jr., da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), garante que alguns fatores contribuem para o surgimento ou agravamento do quadro, entre eles, predisposição genética, sobrepeso, sedentarismo, tabagismo, etilismo, estresse, depressão, ansiedade e problemas emocionais.
— Ainda não é possível afirmar que a fibromialgia tenha uma causa hereditária, mas sabe-se que a doença é oito vezes mais frequente em mulheres do que em homens.
Diagnóstico e tratamento
Por não haver um exame específico que confirme a presença da fibromialgia, o dr. Collado alerta que o primeiro passo para um diagnóstico ágil é a identificação dos sintomas.
— A doença é de difícil diagnóstico porque além da dor, alguns sintomas totalmente diversificados, como tontura, distúrbio do sono, cansaço, palpitação e transtornos de humor, podem ser confundidos com os de outras patologias.
O médico da Unifesp acrescenta que “exatamente por essas dificuldades, é importante disseminar o conhecimento sobre a fibromialgia para profissionais de saúde e população em geral”.
— Para lidar com sintomas tão diversificados, o tratamento exige acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.
O reumatologista espanhol explica que a doença pode ser controlada com o uso de medicamentos, suporte psicológico e prática regular de atividade física, como caminhada, hidroginástica e alongamento.
— Ao contrário do que muitos pacientes acreditam, a atividade física é altamente recomendada. Além da manutenção do peso, o exercício contribui para uma sensação de bem-estar.
O dr. Helfenstein garante que a fibromialgia não é incapacitante, mas “exige mudança de estilo de vida e comprometimento do paciente com o tratamento”.

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