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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Há dez anos, tragédia do Columbia prenunciava fim dos ônibus espaciais


Acidente que deixou sete mortos fez Nasa rever e aposentar veículos.
Cerimônia nesta sexta lembrará ainda acidentes com Apollo 1 e Challenger.


A agência espacial americana (Nasa) lembra nesta sexta-feira (1º) os dez anos do acidente com o ônibus espacial Columbia, em que morreram os sete astronautas a bordo. A tragédia marcou o início do fim da era dos voos dos ônibus espaciais e levou a uma reformulação do programa espacial dos Estados Unidos.
O chefe da Nasa, Charles Bolden, e outros altos funcionários participarão de uma cerimônia no cemitério militar de Arlington, Virgínia, perto de Washington, onde também prestarão homenagens a outros mortos em explosões de veículos espaciais, como a nave Apollo 1 e o ônibus Challenger.
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Ônibus espacial Columbia explodiu há dez anos, deixando sete astronautas mortos (Foto: Nasa)Acima, da esq.: o especialista em missões David M. Brown, o piloto William C. McCool, o comandante de carga Michel P. Anderson. Abaixo: a especialista em missões Kalpana Chawla, o comandante da missão Rick D. Husband, a especialista em missões Laurel B. Clark e o especialista em cargas Ilan Ramon (Foto: Nasa)
A Nasa recordará os sete astronautas que morreram na explosão do Columbia em 1º de fevereiro de 2003, os três astronautas da Apollo 1, mortos em um incêndio durante um exercício em janeiro de 1967, e os sete tripulantes do Challenger, que explodiu em 28 de janeiro de 1986, 73 segundos depois de ser lançado do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
O Columbia, lançado ao espaço em abril de 1981, desintegrou-se durante sua reentrada na atmosfera terrestre, a 16 minutos do pouso, quando já sobrevoava o Texas. O escudo térmico de uma das asas sofreu danos com o impacto de uma peça de espuma isolante que se soltou do tanque externo da nave pouco após seu lançamento, duas semanas antes do acidente.
Equipes de especialistas investigaram o ocorrido durante sete meses e conseguiram encontrar 85 mil peças de destroços – cerca de 38% do ônibus espacial –, mas não explicaram com detalhes o que aconteceu.
A missão STS-107 do Columbia havia tido como grande objetivo o desenvolvimento de experimentos científicos, encomendados pelas agências espaciais dos EUA, da Europa, do Canadá, da Alemanha, além de pesquisas de universidades. O trabalho deles possibilitou que 58 pesquisas fossem conduzidas fora da Terra.
A Nasa ficou mais de dois anos sem lançar ônibus espaciais. A missão seguinte foi a STS-114, que partiu em 26 de julho de 2005, com o Discovery.
Depois da explosão do Columbia, o governo do presidente George W. Bush decidiu pôr fim ao programa dos ônibus espaciais, embora tenha permitido que os três restantes voassem até 2011 para dar tempo de concluir a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), cumprindo assim com os compromissos dos Estados Unidos com seus sócios, disse à AFP John Logsdon, ex-diretor do Instituto de Política Espacial da Universidade George Washington e integrante da comissão nacional que investigou o acidente do Columbia.
O programa dos ônibus espaciais esteve a ponto de ser encerrado antes, lembrou o especialista. Em julho de 2005, durante o primeiro voo de um veículo desde a explosão do Columbia, o mesmo problema que havia sido fatal para essa nave se repetiu, mas sem que o pedaço de espuma isolante separado do tanque externo perfurasse o escudo térmico.
A frota de ônibus espaciais ficou parada em terra durante quase um ano, e o governo Bush avaliou seriamente pôr fim ao programa, explicou Logsdon. Mas o presidente acabou cedendo às pressões de parceiros internacionais para completar a ISS.
Erro fundamental 
A Nasa soube muito cedo, após os primeiros voos dos ônibus espaciais, nos anos 1980, que essas naves não seriam um acesso simples e barato à estação orbital, afirmou Logsdon.
"Penso que – nas palavras da comissão de investigação do acidente – não substituir os ônibus espaciais foi um fracasso dos líderes políticos, razão pela qual os Estados Unidos ficaram confinados a uma órbita baixa durante 30 anos", disse.
Mas, segundo o especialista, "o erro fundamental foi cometido em 1971 e 1972, quando se decidiu desenvolver uma nave espacial que combinasse transporte de tripulação e carga". Para ele, teria sido melhor e menos caro separá-los.
A cápsula espacial Orion, que está sendo desenvolvida para missões tripuladas à ISS, à Lua, a asteroides e a Marte, tem um sistema de segurança que permite que a tripulação fique separada do veículo de lançamento, algo que os ônibus espaciais não tinham.
Desde o último voo de um ônibus espacial, em julho de 2011, os Estados Unidos têm usado as naves espaciais russas Soyuz para transportar astronautas à ISS, pagando US$ 60 milhões (R$ 120 milhões) por assento.
Em 2010, o presidente Barack Obama lançou um programa de incentivo ao setor privado para desenvolver sistemas de transporte de carga e astronautas à ISS. A SpaceX, uma das empresas selecionadas, já completou com sucesso os dois primeiros voos de sua cápsula Dragon, levando e trazendo de volta carga da estação internacional.

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