Artesão de Presidente Epitácio possui obras em diversos Estados do Brasil e até em lugares do mundo
Conhecido por desenvolver trabalhos com extrema precisão e beleza, José Luiz da Rocha, 46 anos, depois de viajar muito mostrando seu trabalho de entalhe em madeira, voltou para sua cidade natal, Presidente Epitácio, local em que conheceu sua esposa e criou seus três filhos apenas com o amor à sua arte.
Autodidata, Zé Luiz, como é conhecido, começou a trabalhar com 14 anos não exatamente por necessidade, mas por curiosidade e vontade, como ele mesmo revela: “Meu pai era marinheiro e minha mãe, professora. Então, nunca passamos necessidades e nunca fui obrigado a trabalhar cedo. Fui atrás de algo por vontade mesmo”, fala.
Ele conta que próximo ao bairro em que vivia com seus pais e irmãos, em Epitácio, existia uma marcenaria e que todos os dias ele passava em frente para apreciar os trabalhos.
“Sempre achei muito bonito e ficava observando os marceneiros trabalharem, até que resolvi pedir emprego no local”, revela.
“Sempre achei muito bonito e ficava observando os marceneiros trabalharem, até que resolvi pedir emprego no local”, revela.
No começo, o patrão prometeu que ensinaria o trabalho a ele, mas nunca sobrava tempo, pois ficava com a parte de faxina e isso lhe ocupava todo o expediente.
“Porém, meu patrão começou a notar meu interesse e minha fixação em observar os trabalhos em madeira e, então, depois de dois anos fazendo faxina, tive a oportunidade de começar os entalhes”, conta.
Na época, Zé Luiz fazia apenas os trabalhos simples, mas com o tempo, ele foi adquirindo confiança tanto do chefe, quanto dos clientes, que pediam para que ele fizesse o trabalho. “Chegou um período que o patrão me dava os trabalhos mais difíceis, como as portas, por exemplo.
Trabalhos que nem mesmo funcionários de muito mais tempo haviam feito”, orgulha-se.
Seu trabalho na marcenaria em Epitácio terminou quando ele tinha 18 anos de idade, pois o estabelecimento fechou. A partir de então, mais confiante de seu talento, o artesão começou a viajar para aprender o entalhe artístico na madeira.
Seu trabalho na marcenaria em Epitácio terminou quando ele tinha 18 anos de idade, pois o estabelecimento fechou. A partir de então, mais confiante de seu talento, o artesão começou a viajar para aprender o entalhe artístico na madeira.
“Fui para Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul; Cuiabá e Cáceres, no Mato Grosso, Rondônia; até que parei em São Paulo, onde encontrei artistas maravilhosos e passei a fazer meu nome como artista na área”, fala.
Foi na capital paulista que ele expôs pela primeira vez seu trabalho. Foi na feira de artesanato ‘Revelando São Paulo’, evento que participa até hoje.
“Todos os anos vou para lá, não somente para comercializar minhas peças, mas para conhecer outros artistas e trocar experiências, aprender técnicas novas. Este ano a exposição será em setembro e já estou me preparando para levar coisas diferentes para lá”, conta.
Sobre todos esses anos de trabalho, Zé Luiz revela que um dos trabalhos que mais marcou sua carreira está na igreja de Presidente Epitácio. “É um sacrário. Gosto muito de fazer trabalhos religiosos, me sinto muito bem em trabalhar para as igrejas. Estou esperando chegar quatro portas da igreja de Pirapozinho. Estou muito ansioso. Sei que será um desafio, mas saber que as portas do local serão feitas por mim me deixa muito feliz”, fala.
Atualmente, com um ateliê em Epitácio, o artesão comenta que possui não somente clientes da região, mas também de diversos Estados brasileiros e de países como Espanha, Itália e Estados Unidos.
“Tenho trabalhos meus em todos os cantos. Estes dos outros países são estrangeiros que conheceram as obras aqui e levaram para lá ou de pessoas que presentearam amigos desses locais”.
Com cerca de 20 encomendas por mês, Zé Luiz revela que acredita no seu talento, mas que sabe que se não estivesse sempre atrás de aprendizado, seu dom não progrediria da maneira como progrediu.
“Nunca me imaginei fazendo outra coisa. Amo o que faço e criei três filhos com a minha arte. Acredito que talento é importante, mas força de vontade e coragem para ir atrás de técnicas diferentes são diferenciais importantes. Sonho em levar meu trabalho para fora através de uma exposição. Quero levar nossa cultura para outros lugares e mostrar o que sou capaz de fazer com um pedaço de madeira, um formão e um martelo nas mãos”, finaliza.
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