Preço é o maior atrativo para esses clientes, que geralmente ‘montam’ uma casa provisória na cidade
Entre os meses de janeiro a março, as vendas nas lojas de móveis usados de Presidente Prudente chegam a crescer em torno de 50%, segundo os próprios comerciantes. Isso porque o público que aquece a economia deste setor são os estudantes, que geralmente chegam nesta época e montam residências provisórias na cidade. Apesar do preço ser o maior atrativo, o Procon alerta que outros detalhes devem ser levados em conta.
Com cinco instituições de ensino superior na cidade, os clientes se renovam anualmente, tanto para comprar como para vender. “Com os móveis usados em bom estado chego a ganhar 70% em cima. Já os produtos que compro em ponta de estoque e revendo depois, coloco um valor de 50% sobre o que paguei”, conta Wilson Cremasco, comerciante da Vila Marcondes há 20 anos.
Os proprietários falam que os itens de cozinha são os mais procurados para mobiliar a casa. “São os produtos de primeira necessidade, como geladeira e fogão. As outras coisas, como colchões, saem mais devagar, isso porque são de gosto mais pessoal e alguns preferem comprar novo”, fala o comerciante Wagner Lopes, que trabalha neste ramo há 12 anos e tem uma loja na Vila Euclides.
A estudante Ynaiê Botelho de Carvalho já comprou móveis usados várias vezes. Ela atualmente mora em Prudente. Entretanto, antes, morou em Adamantina. “Os que adquiri lá eu acabei deixando porque não compensava trazer. Então, quando cheguei a Prudente, meu pai comprou um frigobar e um micro-ondas seminovos por R$ 170. Mas também já comprei sofá, armário, televisão”, relata.
Porém, no final, os universitários acabam escolhendo os usados porque já pretendem vender ou doar os produtos ao final da faculdade. “Aqui é uma moradia provisória. Os pais não têm interesse de levar, mesmo que tenham comprado novo, pois tem algo melhor em casa ou não tem espaço para guardar”, explica Lopes.
Sem atravessadores
A advogada Evelyn Estevam é prudentina, mas viveu quase um ano em São Paulo para trabalhar. De acordo com ela, como precisou ir para a capital com urgência, achou mais prático comprar todos os móveis e eletrodomésticos em uma única loja, dividindo o valor de cerca de R$ 3 mil em 10 vezes.
“Pouco mais de 11 meses já estava voltando para Prudente. Até fui atrás de transportadoras para trazer minhas coisas, pois elas ainda estavam novinhas, mas ficava tudo muito caro. Então, resolvi vender para outra pessoa na própria cidade”, conta.
A advogada fala que chegou a marcar horário com algumas lojas de móveis usados, mas eles nunca iam aos dias marcados e, em outros locais, nem mostravam muito interesse.
“Resolvi então avisar o porteiro do meu prédio sobre meu interesse em vender os materiais e em menos de uma semana consegui fazer negócio com uma moça do próprio edifício. No final das contas, recebi pouco mais da metade do que eu havia pago nos produtos novinhos. Valeu a pena, pois para contratar uma transportadora e trazê-los para Prudente, ia acabar no prejuízo”, revela.
Orientações
Por serem produtos usados, o Procon afirma que os consumidores devem analisar na hora da compra as condições do produto, pois, embora não seja novo, ele deve apresentar condições de uso.
“Assim, vale observar se produtos de madeiras não possuem vestígios de cupim, se não está abaulado, estado das dobradiças, entre outros”, ressalta a gerente do Procon de Prudente, Ana Paula Setti.
Ela ainda frisa que, no caso de eletrodomésticos, é importante saber se o produto já saiu de linha, pois, se precisar de assistência talvez não existam peças para substituição. Além disso, eles devem ser testado antes de sair da loja.
“Por fim, o produto usado comprado em estabelecimento comercial terá 90 dias de garantia de acordo com o Código de Defesa do Consumidor. No entanto, deve-se lembrar que a garantia é quanto a utilização e não quanto ao seu estado de aparência”, finaliza a gerente.
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