17 pessoas foram atropeladas ao tentar cruzar as estradas em 2012.
DER informou que realizará estudo para analisar reivindicações.
Quem precisa atravessar a rodovia a pé por falta de passarelas acaba arriscando a vida diariamente em Marília, SP. Neste ano, 17 pessoas foram atropeladas quando tentavam cruzar as estradas. O número de mortes também foi maior em 2012. Foram dez contra as nove registradas no ano passado. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, o número de acidentes em 2012 já é 40% maior que em 2011.
Vicente Ribeiro da Fonseca tem 65 anos e trabalha com material reciclável. Todos os dias ele têm que ir do bairro Santa Antonieta ao Distrito Industrial. As duas regiões ficam na zona norte da cidade e são separados pela rodovia do Contorno. Sem passarela, o trabalhador tem que se arriscar atravessando pela rodovia. “Se tivesse passarela não precisava cruzar a estrada. A gente em medo, mas preciso fazer isso porque é o ganha pão da gente. Tenho que arriscar”, disse.
Atravessar a estrada também faz parte da rotina da comerciante Jaqueline Tamires Amadeu. Ela cruza a pista todos os dias para ir trabalhar. “Tem que ser ligeira. Tem que observar o espaço dos carros para estar atravessando", contou.
O operador de máquina Esmael Soares de Oliveira sabe bem o quanto é perigoso cruzar a rodovia e a falta que uma passarela faz no local. “Precisa de passarela. Quatro amigos meus já morreram no local. O último faz um mês e 15 dias”. Os 1.200 moradores do bairro Trieste Cavichioli têm que conviver com os perigos da rodovia Comandante João Ribeiro de Barros. O autônomo Luciano Crescente conta que como o bairro é novo não tem Posto de Saúde, escola ou supermercado. Por isso, precisa atravessar a pista para chegar ao distrito de Padre Nóbrega. “É muito perigoso atravessar a pé, principalmente com crianças”, alertou.
O presidente da Associação de Moradores do Bairro disse que já pediu ajuda aos vereadores da cidade. Luiz Eduardo Alves. “Vários acidentes foram registrados. Já solicitamos o pedido na Câmara. Vamos ver se no ano que vem a passarela seja instalada”. Já o tenente da Polícia Rodoviária, Augusto José de Carvalho, disse que para evitar os acidentes as pessoas que não têm como atravessar a pista em passarelas devem tomar alguns cuidados. “Deve-se observar se o local onde irá fazer a travessia é local plano. Não se deve fazer próximo a aclive. Também é importante ter a visão do veículo que está se aproximando. No mínimo de 500 metros pelo menos. Utilizar roupas claras, principalmente durante a noite, para facilitar a visibilidade dos motoristas”, informou.
O prefeito de Marília, Ticiano Tóffoli, reconhece o problema, mas disse que depende do Departamento de Estradas de Rodagem para construir as passarelas. De acordo com Ticiano, a prefeitura enviou um projeto ao DER para a construção de uma passarela entre o bairro Trieste Cavichioli e o distrito de Padre Nóbrega.
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) esclareceu que as rodovias Leonor Mendes de Barros (SP-333) e João Ribeiro de Barros (SP-294) já possuem passarelas instaladas no trecho de contorno ao município de Marília. São ao todo três dispositivos de travessia, entre os quilômetros 458 e 452, e mais dois no sentido de Bauru. No entanto, o DER informou que realizará estudo para análise da reivindicação dos moradores quanto à instalação de mais dispositivos.
Moradores se arriscam todos os dias (Foto: Reprodução TV Tem)
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