Tenho várias restrições à “Salve Jorge”, mas em um aspecto, ao menos, concordo com Gloria Perez: a escolha de Nanda Costa para protagonizar a novela foi um acerto.
Em primeiro lugar, há o efeito-surpresa. Em meio a um elenco de rostos conhecidos, interpretando papéis que parecem reciclados, a escolha de uma atriz pouco experiente para o papel principal, de Morena, dá frescor à novela.
Em segundo lugar, e mais importante, entra o talento. É uma questão subjetiva, claro, mas o currículo relativamente pequeno de Nanda Costa está repleto de acertos.
A atriz, de 26 anos, fez apenas três novelas, “Cobras e Lagartos” (2006), “Viver a Vida” (2009-10) e “Cordel Encantado” (2011). Na primeira, como Madá, não fez feio contracenando com Carolina Dieckmann. Na segunda, no papel de Soraia, ofuscou Giovanna Antonelli, uma das protagonistas da trama. E na terceira, encarnou Lilica, um personagem menor numa novela brilhante.
Nanda Costa também se saiu muito bem como uma das protagonistas de “Sonhos Roubados”, filme de Sandra Werneck, exibido em 2009. Ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival do Rio e no Festival de Biarritz (este, dividido com as outras duas protagonistas, Amanda Diniz e Kika Farias).
A atriz também dá banho em “Febre do Rato” (2011), de Claudio Assis, e tem participação marcante, ainda que curta, em “Gonzaga, de Pai para Filho” (2012).
Manoel Carlos, autor de “Viver a Vida”, considerou a atriz uma das revelações (ao lado de Adriana Birolli) da sua novela. No final de 2010, entrevistado por uma revista feminina sobre mulheres em quem eu apostaria para 2011, citei o nome de Nanda Costa.
Gloria Perez enxerga uma campanha contra a atriz. E compara as críticas que Nanda vem recebendo às que Adriana Esteves ouviu em 1993, quando protagonizou “Renascer”, de Benedito Ruy Barbosa. “A @Nandacostareal incomoda esse povinho, hem? Fizeram a mesma sacanagem com a Adriana Esteves, alguém tá lembrado?”, escreveu Gloria no Twitter.
Adriana era ainda mais jovem que Nanda (tinha 23 anos) quando protagonizou “Renascer” e já tinha aparecido como atriz principal em outra novela, “Pedra Sobre Pedra”, dois anos antes. Segundo seus relatos, entrou em depressão com as críticas que recebeu.
Acho Nanda Costa o menor dos problemas de “Salve Jorge”. Ou melhor, um dos poucos trunfos em uma novela difícil.
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