Na rede municipal, são agendadas em média, por mês, 30 mil atendimentos nas UBSs
A procura por atendimento médico em Presidente Prudente é grande e, por mês, cerca de 30 mil consultas são agendadas na Secretaria Municipal de Saúde nas 30 Unidades Básicas de Súade (UBSs). Mas quando o paciente precisa de atendimento específico, ele é encaminhado para o Ambulatório Médico de Especialidades (AME). E é aí que a espera começa.
A empregada doméstica Vera Lúcia da Silva, por exemplo, teve uma infecção grave na perna e corre o risco de ter o membro amputado. Ela é do litoral paulista, onde ficou internada e fez o tratamento inicial da izipela, doença causada por uma bactéria e que atinge os vasos linfáticos. Quando ela mudou para Prudente, começou a dor de cabeça.
Ela precisa concluir o tratamento, mas não consegue ser atendida por um especialista. Esperou dois meses por uma consulta da rede municipal, mas não adiantou. Com medo, está com viagem marcada para São Paulo, onde espera receber o atendimento e solucionar o problema.
“Vou ter que resolver em outra cidade. Em São Paulo, eu tenho médico, tenho especialista. Mesmo nas policlínicas, a gente é bem atendido, não é como aqui”, compara.
O mesmo ocorre com a dona de casa Maria Helena da Silva Medo, que sofre de reumatismo. Em 2010, ela fez os primeiros exames, mas só foi atendida um ano depois, quando os exames perderam a validade. Novos pedidos foram feitos na época, mas, seis meses depois, continua sem conseguir atendimento.
“Eles me deram um papel dizendo que era para eu agendar daqui a dois meses. Mas a recepcionista disse que era para eu esperar em casa até chamares. E eu estou esperando até hoje”, reclama.
De acordo com o coordenador médico da Rede Municipal de Saúde, Nereu Oguido, o município é responsável pelos atendimentos de baixa complexidade. Já as especialidades são atribuição do governo estadual. Ele afirma que a demanda é muito grande e, por isso, os agendamentos são demorados. A falta de médicos dificulta ainda mais esta situação.
“A baixa remuneração de profissionais desestimula a procura por este serviço. A gente reconhece que existe esta demora, que é uma falha do próprio sistema. Não dá para você apontar falha individual nesses casos”, diz.
Resposta
Em nota, o AME de Prudente esclareceu que a paciente Maria Helena da Silva Melo foi atendida por um especialista em reumatologia no dia 14 de novembro de 2011 e, na época, foi diagnosticada com artrite reumatoide. Foram solicitados novos exames, porém, segundo o AME, ela não retornou com os resultados.
Já no caso de Vera, como ela só foi atendida pela rede municipal e não agendou consulta com especialista, o ambulatório não deu informações.
A reportagem questionou sobre a demora nos atendimentos com especialistas, mas não obteve resposta.
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