Candidato do PSL postou nas redes sociais crítica à violência contra professores. Ele recebeu visita do ministro Sérgio Etchegoyen, que enviou mensagem de Temer desejando pronta recuperação.
Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, está estável e teve a alimentação oral suspensa, informou boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein na manhã desta quarta-feira (12).
De acordo com o hospital, a suspensão momentânea da alimentação pela boca ocorreu "devido ao surgimento de uma distensão abdominal". Dessa forma, o candidato volta a ter "alimentação parenteral (endovenosa) exclusiva até a próxima avalição".
"O estado de saúde do paciente continua estável, sem febre ou outros sinais de infecção", diz o boletim. "Os exames laboratoriais permanecem estáveis", acrescenta a nota, assinada pelos médicos Antônio Luiz Macedo, cirurgião; Leandro Echenique, clínico e cardiologista; e Miguel Cendoroglo, diretor superintendente do hospital.
Também nesta quarta, o candidato recebeu a visita do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen. Segundo a assessoria de Etchegoyen, o ministro veio a São Paulo na terça para uma agenda privada e decidiu ir até o candidato nesta manhã.
O general não falou com a imprensa. A assessoria do GSI não informou o que foi conversado; disse apenas que a visita foi de cortesia. O Palácio do Planalto, porém, confirmou que o ministro levou uma mensagem do presidente Michel Temer (MDB) desejando pronta recuperação.
Na manhã desta quarta, Bolsonaro participaria da série de entrevistas do G1 e da CBN com os presidenciáveis (veja o calendário), mas, por causa da internação, ele não pôde comparecer ao estúdio da rádio em São Paulo.
A entrevista com Bolsonaro havia sido acertada em agosto, em sorteio realizado na presença de representantes dos partidos. Conforme explicitado na ocasião, um dos pressupostos para a entrevista ocorrer é a presença física do candidato no estúdio da CBN.
Diante da ausência de Bolsonaro em razão do atentado sofrido durante a campanha, o G1 e a CBN procuraram, na terça-feira (11), a assessoria do candidato e ofereceram a possibilidade de a entrevista presencial ocorrer em outra data neste mês, no mesmo horário das demais: das 8h às 9h. Ainda não houve resposta.
O presidenciável está internado desde sexta-feira (7) no hospital na Zona Sul de São Paulo se recuperando de uma facada levada durante ato de campanha no Centro de Juiz de Fora (MG) um dia antes. Na terça (11), teve alta da UTI, indo para uma unidade de cuidados semi-intensivos.
Redes sociais
Nesta quarta, o candidato postou nas redes sociais mensagem em que critica a violência em sala de aula.
Também defendeu a igualdade de cor. "Cotado para ser presidente da Comissão de Direitos Humanos em 2014, deixei claro: se escolhido, seria 'daltônico', todos teriam a mesma cor! Devemos lutar para que sejamos iguais perante a lei", disse nas redes sociais.
Em fevereiro 2014, Bolsonaro lançou candidatura avulsa para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Ele foi derrotado, por 10 votos a 8, pelo deputado Assis do Couto, que à época era do PT.
Na noite de terça, elogiou Olavo de Carvalho e a Operação Lava Jato. "Apoiar a Lava Jato é fundamental no combate à corrupção no Brasil. O fim da impunidade é uma das frentes que estanca o problema, outra é atacar a corrupção na sua raiz, pondo fim nas indicações políticas do governo em troca de apoio. Nós temos a independência necessária para tal!", disse.
Recuperação em hospital de SP
Segundo a cúpula do Hospital Albert Einstein, os principais riscos que serão monitorados são pneumonia (pois o candidato ficou muito tempo em choque e perdeu cerca de 2 litros de sangue) e infecção (por causa do vazamento de massa fecal na cavidade abdominal).
A previsão de internação é de sete a dez dias. A retomada das atividades só deve ocorrer 20 dias após a data de internação. Depois da alta, o candidato será submetido a outra cirurgia de grande porte para "reconstruir o trânsito intestinal e retirar a bolsa de colostomia".
A realização da operação já estava prevista para depois que o candidato tiver alta. Segundo médicos ouvidos pela reportagem, a cirurgia só deve acontecer daqui a dois meses. Nesse meio tempo, Bolsonaro seguirá com a bolsa externa ligada à barriga.
Colostomia: entenda o procedimento pelo qual passou Bolsonaro — Foto: Igor Estrella e Alexandre Mauro/G1
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