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domingo, 26 de outubro de 2014

José Ivo Sartori, do PMDB, é eleito governador do Rio Grande do Sul

Peemedebista superou Tarso Genro, que concorria à reeleição pelo PT.
Sartori votou em Caxias do Sul e acompanhou a apuração na capital.


José Ivo Sartori, do PMDB, foi eleito governador do Rio Grande do Sul neste domingo (26) para os próximos quatro anos. De acordo com o TRE, o candidato foi declarado matematicamente vitorioso às 18h31, com 88,67% dos votos apurados, quando tinha 61,23% dos votos válidos contra 38,77% do candidato à reeleição, Tarso Genro, do PT (confira a apuração completa no estado). Com 97,8% das urnas apuradas, Sartori tinha 3.775.582 votos (61,21% dos válidos) e Tarso, 2.392.992 (38,79%). O vice-governador eleito é José Paulo Cairoli (PSD), ex-presidente da Federasul.Acompanhe a cobertura das eleições no RS em tempo real.
raio-x rio grande do sul (Foto: Arte/G1)
Antes mesmo de a vitória ser confirmada oficialmente, o perfil da campanha do candidato no Twitter já comemorava. Simpatizantes do candidato se reuniram com bandeiras em frente à sede do diretório do PMDB em Porto Alegre, na Avenida João Pessoa. José Ivo Sartori acompanhou a apuração na casa de seu vice e deixou o local por volta das 18h50 para ir até um hotel de Porto Alegre, onde concederá entrevista coletiva.
O atual governador, Tarso Genro, ligou para Sartori às 18h45 para parabenizar o oponente, de acordo com a assessoria do petista. Tarso reconheceu a derrota e disse que foi uma vitória legítima do adversário.
O governador eleito do Rio Grande do Sul dedicou a manhã deste domingo a entrevistas a veículos de comunicação em Porto Alegre. À tarde, Sartori se deslocou de avião para Caxias do Sul, onde votou ao lado da família.
A eleição de Sartori confirma uma tradição dos gaúchos de nunca terem reeleito um governador para um segundo mandato. Além disso, repete circunstâncias eleitorais semelhantes ocorridas em um passado recente no Rio Grande do Sul. Não é a primeira vez que um candidato inicia o primeiro turno em terceiro lugar nas intenções de votos nas pesquisas, vira o cenário e se elege no segundo turno.
Candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PMDB, José Ivo Sartori RS (Foto: Diego Guichard/G1)
Sartori deixou a casa do vice pouco antes das
19h para conceder entrevista em um hotel
(Foto: Diego Guichard/G1)
Em 2002, o mesmo aconteceu com Germano Rigotto, também do PMDB, que venceu a disputa contra o então candidato Tarso Genro (PT). Quatro anos depois, Yeda Crusius, do PSDB, virou a eleição sobre Olívio Dutra (PT) e se tornou a primeira mulher a governar o estado.
Sartori tem 66 anos, é casado com a deputada estadual Maria Helena Sartori (PMDB), e tem dois filhos, Marcos e Carolina. Nasceu na Linha Amadeu, distrito de São Marcos, na Serra. Aos 13 anos, quando fazia parte da juventude católica, mudou-se para Antônio Prado para integrar o movimento estudantil. Iniciou a carreira política em 1976, quando foi eleito vereador de Caxias do Sul.
Além de vereador, também foi deputado estadual durante cinco mandatos consecutivos e chegou a presidir o parlamento gaúcho entre 1998 e 1999. Foi deputado federal em 2002, dois anos antes de ser eleito prefeito de Caxias, cargo para o qual foi reeleito em 2008.
A campanha de Sartori
A virada de José Ivo Sartori (PMDB) começou a se desenhar ainda no primeiro turno. Com o slogan “Meu partido é o Rio Grande”, apostou na divulgação de um perfil simples, humilde e trabalhador. Desde o início, convocou a população para votar na mudança. Direcionou discurso em debates e na propaganda eleitoral principalmente para o público indeciso.

Em julho, a primeira pesquisa do Ibope apontou 4% para Sartori, contra 37% de Ana Amélia e 31% das intenções de voto para Tarso. Em agosto, o candidato do PMDB subiu 1% e apareceu com 5%, enquanto os outros dois se aproximavam cada vez mais, em 36% e 35% respectivamente. No mesmo mês, o Datafolha mostrou Sartori com 7%.

No início de setembro, Sartori começou a subir e atingiu pela primeira vez dois dígitos. Ficou com 11% nas pesquisas divulgadas pelo Datafolha e pelo Ibope. Dias depois, em novo levantamento do Datafolha, apareceu com 13%. Chegou a 15% e 17% no final de setembro na pesquisa do Ibope e do Datafolha, respectivamente. Um dia antes do primeiro turno, o Datafolha mostrou Sartori e Ana Amélia empatados com 29%, atrás de Tarso Genro, que tinha 36%.

O resultado nas urnas, porém, contrariou as pesquisas. O candidato peemedebista obteve 40,40% dos votos válidos (2.487.889 votos), contra 32,57% (2.005.743) do petista. A progressista Ana Amélia ficou de fora da disputa.
 

José Ivo Sartori (PMDB) e Tarso Genro (PT) se encontram nos corredores da rádio Pampa, em Porto Alegre (Foto: Luiza Carneiro/G1)
Oponentes na disputa, Sartori e Tarso se
encontraram durante o dia (Foto: Luiza Carneiro/G1)
Logo depois dos nomes ao segundo turno serem confirmados, começou a busca por alianças. Ana Amélia Lemos optou por Sartori. O PDT, que ficou em quarto lugar com Vieira da Cunha, decidiu se manter neutro no pleito. Tarso Genro, do PT, agregou poucos aliados.

Iniciada a campanha do segundo turno, Tarso e Sartori subiram o tom em debates e propagandas. O petista apontava falta de propostas por parte do adversário do PMDB, que adotou uma postura defensiva e crítica aos ataques. Sartori afirmava  que “não valia tudo para ganhar a eleição, muito menos tentar acabar com a reputação de uma pessoa”. Assim, passou a rebater as denúncias em debates e propagandas eleitorais.

As primeiras pesquisas de cenário para o segundo turno, tanto do Datafolha quanto do Ibope, apontaram 60% dos votos válidos para José Ivo Sartori e 40% para Tarso Genro, cenário que se manteve até o dia da eleição.
José Ivo Sartori na TV COM eleições rs (Foto: Felipe Truda/G1)Peemedebista concedeu entrevistas durante a manhã (Foto: Felipe Truda/G1)

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